Situação de Silveira se complica, e não é só por decisão de mantê-lo preso
A prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi mantida na noite de ontem (19) pela Câmara dos Deputados com larga margem: foram 364 votos a favor da manutenção da prisão decretada pelo STF, 130 contra e 3 abstenções (veja como cada deputado votou).
Ontem também avançou a tramitação da representação formulada pela Mesa Diretora da Câmara contra o deputado. O Conselho de Ética colocou a instauração do inquérito para ser votada na terça-feira (23).
A investigação na Câmara poderá resultar na cassação do deputado, que se tornou famoso depois de, em um ato de campanha a governador de Wilson Witzel (PSC), rasgar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, e que foi lembrada na sessão de ontem.
Segundo o presidente do Conselho de Ética, Juscelino Filho (DEM-MA), a tramitação da representação deve ser rápida e, na terça, haverá o sorteio da lista tríplice de escolha do relator do processo.
Em sua defesa na Câmara, Silveira não usou os termos chulos de sua fala antidemocrática e contrária ao Supremo Tribunal Federal, lidos na quase totalidade pela relatora do processo, deputada Magda Mofatto (PL-GO), que defendeu a manutenção da prisão.
O deputado disse que se excedeu e pediu desculpas à Câmara. Seu advogado, Maurizio Spinelli, argumentou que a decisão pela manutenção da prisão pode resultar na flexibilização da imunidade parlamentar e que o relatório da deputada era político. O advogado criticou também o ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão do deputado.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a criação de uma comissão suprapartidária para analisar a imunidade parlamentar para que, segundo ele, "nunca mais, Judiciário e Legislativo corram o risco de trincarem a relação de altíssimo nível das duas instituições, por falta de uma regulação ainda mais clara e específica do artigo 53 da nossa Carta [Magna, a Constituição]".
Ao longo do dia, a situação do deputado Silveira foi se complicando. A PGR pediu a abertura de inquérito para apurar a conduta do preso quando passou pelo IML (Instituto Médico Legal) do Rio, por ter se negado a usar máscara, obrigatória no local.
As contas do deputado no Twitter, Instagram e no Facebook foram derrubadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no qual Silveira é investigado. A decisão foi motivada, segundo o STF, pelo fato de ofensas à Corte continuarem sendo publicadas nas redes sociais do deputado mesmo após a sua prisão.
Moraes também pediu perícia imediata nos dois celulares apreendidos pela PF com o deputado no dia 18.
* Com agências de notícias
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.