Veja lista completa dos ministros do novo governo Lula
O presidente eleito, Lula, terminou de anunciar os nomes que irão compor a equipe ministerial em seu terceiro mandato a três dias da posse.
Os últimos 16 ministros foram divulgados na quinta-feira (29). Outros 21 já tinham sido anunciados por Lula em outras duas ocasiões distintas.
Veja quem são os nomeados:
Advocacia-geral da União
- Jorge Messias, procurador da Fazenda Nacional
Servidor de carreira, foi subchefe da para Assuntos Jurídicos da Presidência de Dilma Rousseff (PT). Ele ficou nacionalmente conhecido após a divulgação de uma conversa telefônica entre a então presidente e Lula durante a Lava Jato, em que foi chamado de "Bessias".
Agricultura
- Carlos Fávaro (PSD-MT), senador
Antigo opositor do PT, o senador foi uma das primeiras vozes dentro do agronegócio a aderir a Lula, junto ao deputado Neri Gueller (PP-MT). Foi o responsável por desenvolver a campanha no Centro-Oeste e no agro. Seu principal impasse para a indicação era a suplente Margareth Gettert Buzetti (PSD-MT), considerada bolsonarista. Ele entrou pela "cota pessoal" de Lula.
Casa Civil
- Rui Costa (PT), governador da Bahia
Eleito governador duas vezes em primeiro turno, o governador baiano —apadrinhado pelo senador e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA)— conseguiu eleger, neste ano, seu ex-secretário Jerônimo Rodrigues (PT) para sucedê-lo em uma das maiores viradas sobre o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil).
Cidades
- Jader Filho (MDB), empresário e presidente do MDB no Pará
Empresário e presidente do diretório do MDB do Pará, o filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA) ocupa a indicação da Câmara pelo partido sob chancela do irmão, o governador reeleito Helder Barbalho (MDB-PA). Outro cotado para a vaga tinha sido o deputado conterrâneo José Priante (MDB-PA).
Ciência e Tecnologia
- Luciana Santos, presidente do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco
Engenheira de formação, ela foi a primeira prefeita do PCdoB no país ao assumir Olinda (PE), em 2001. Aliada e apoiadora de Lula desde os tempos da militância, é a representante do partido, federado com o PT.
Comunicações
- Juscelino Filho (União Brasil-MA), deputado federal
O deputado exerce o terceiro mandato na Câmara dos Deputados e é um dos nomes do União Brasil na articulação política de Lula.
Controladoria-geral da União
- Vinícius Marques de Carvalho, advogado e ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
Doutor em direito público comparado pela Panthéon-Sorbonne, de Paris, foi presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), de 2012 a 2016, e secretário de Direito Econômico entre 2008 a 2011, durante as gestões Lula e Dilma.
Cultura
- Margareth Menezes, cantora e filantropa
A cantora baiana Margareth Menezes afirmou que "aceitou a missão" de comandar a pasta da Cultura após conversar com o presidente eleito. Com isso, ela foi a primeira mulher a ser confirmada como parte da equipe ministerial de Lula em seu terceiro mandato.
Direitos Humanos
- Sílvio Almeida, professor e presidente do Instituto Luiz Gama
Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela USP (Universidade de São Paulo), é um dos principais expoentes da luta antirracista e pelo direitos humanos no Brasil atualmente.
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
- Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito e ex-governador de São Paulo
Governador de São Paulo por quase quatro mandatos, o tucano histórico foi a grande surpresa e contribuição para a candidatura de Lula no início do ano. Alinhado e com a confiança do presidente eleito, tornou-se coordenador da equipe de transição e é um dos principais articuladores do governo com empresariado e setores conservadores da indústria.
Defesa
- José Múcio (PTB), ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-deputado
Com tradição em partidos de direita, como PFL (hoje União Brasil) e PTB, Múcio foi deputado por Pernambuco por cinco mandatos e já tinha sido nomeado por Lula como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (2007-2009) e Ministro do TCU (2009-2021).
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
- Paulo Teixeira (PT-SP), deputado federal
Secretário-geral do PT e membro da coordenação da campanha presidencial do petista, Teixeira participou do grupo de transição de Justiça e Segurança Pública e era cotado para Comunicações, por meio de influência da presidente petista Gleisi Hoffmann (PT-PR) —mas acabou realocado em meio a acordos com o União Brasil.
Desenvolvimento Social
- Wellington Dias (PT), senador eleito do Piauí
Governador do Piauí por quatro mandatos, foi o coordenador de campanha de Lula, de quem é próximo, no Nordeste. Muito ligado a áreas sociais, participou da formulação e articulação da PEC da Transição no Senado e acabou na pasta que ficará responsável pelo Bolsa Família.
Educação
- Camilo Santana (PT), senador eleito
Eleito duas vezes governador do Ceará com alta popularidade, teve seu nome cacifado a um dos principais cargos do governo ao fazer sucessor em primeiro turno. Com excelentes índices do estado na Educação, a governadora Izolda Cela (sem partido), sua antiga vice, também foi cotada, mas acabou como secretária-executiva do MEC.
Esportes
- Ana Moser, ex-jogadora de vôlei
A medalhista olímpica irá assumir a pasta que voltará a ter status de ministério em 2023. Ela é fundadora do Instituto Esporte & Educação, que visa fomentar a cultura esportiva junto a estudantes de escolas em comunidades de baixa renda. Moser também integrou a equipe de transição de Lula.
Fazenda
- Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo
Foi ministro de Lula e Dilma por quase sete anos, entre 2005 e 2012. Mestre em Economia, já havia sido cotado para a Fazenda em 2018 e voltou à mira ao final do segundo turno, após ser derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
Gestão
- Esther Dweck, economista e professora adjunta na UFRJ
Doutora em Economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento no primeiro mandato de Dilma e secretária do Orçamento Federal, no segundo. É uma indicação técnica.
GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
- Marco Antônio Gonçalves Dias, general do Exército
Gonçalves Dias ingressou no Exército Brasileiro em 1982 e fez carreira nas Forças Armadas. O general foi o responsável pela equipe de segurança do Lula na campanha e nos dois primeiros mandatos.
Igualdade Racial
- Anielle Franco, ativista a irmã da vereadora Marielle Franco
Irmã da ex-vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018, a ativista criou um instituto e, desde então, tem se dedicado em pautas voltadas à igualdade racial, igualdade social, fim da violência policial e equidade de gênero.
Integração e Desenvolvimento Regional
- Waldez Góes (PDT-AP), governador
Góes é o atual governador do Amapá pelo segundo mandato. Deverá migrar para o União Brasil em breve após uma articulação com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de quem é aliado, e entrou pela cota do centrão no governo.
Justiça
- Flávio Dino (PSB), senador eleito e ex-governador
Governador do Maranhão por dois mandatos e senador eleito em outubro, Dino é um dos principais articuladores e aliados de Lula no Nordeste e nos estados que compõem a Amazônia Legal. Foi juiz federal por quase 12 anos.
Mulher
- Aparecida Gonçalves, ex-secretária de enfrentamento à violência contra mulheres
Aparecida é especialista em gênero e violência contra mulher e participou do governo Dilma. É próxima de Simone Tebet, uma das pontes do seu nome ao governo.
Minas e Energia
- Alexandre Silveira (PSD-MG), senador
Derrotado na reeleição ao Senado, o mineiro compôs a chapa de Lula junto ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) no estado. Desde então, aproximou-se do PT e do presidente eleito e tem se tornado um dos nomes mais influentes de Minas junto ao futuro Planalto. Antes de encerrar o mandato, foi relator da PEC da Transição no Senado.
Meio Ambiente
- Marina Silva (Rede-SP), deputada federal eleita
Ministra do Meio Ambiente de Lula entre 2003 e 2008, ela fez as pazes com o antigo chefe, participou ativamente da campanha e ajudou a montar as propostas da chapa e da transição para a área. Com trajetória de luta ambiental, é um nome popular internamente e respeitado internacionalmente.
Planejamento e Orçamento
- Simone Tebet (MDB-MS), senadora
Terceira colocada no primeiro turno deste ano, a senadora mergulhou na campanha lulista dois dias após esse resultado. Ela ajudou no diálogo com setores conservadores, com o agro e contribuiu para a imagem de "frente ampla" da campanha. Por isso, entrou para a "cota pessoal" de Lula entre as indicações.
Povos Indígenas
- Sônia Guajajara (PSOL-SP), deputada federal eleita
Liderança indígena mais votada do país na última eleição, a deputada eleita compôs uma lista tríplice apresentada por indígenas a Lula, junto à deputada Joenia Wapichana (Rede-RO) e ao vereador de Caucaia (CE) Weibe Tapeba (PT). Representará o PSOL na Esplanada.
Previdência Social
- Carlos Lupi (PDT), ex-ministro do Trabalho
Lupi ocupou a chefia da pasta do Trabalho e Emprego entre 2007 e 2011. Ele é presidente nacional do PDT, e embarcou como apoiador de Lula no 2º turno, após a derrota do candidato do partido, Ciro Gomes, que fez fortes críticas ao petista durante a campanha. O cargo foi cobiçado ainda pelo Solidariedade, que compôs a aliança eleitoral.
Pesca e Aquicultura
- André de Paula (PSD-PE), deputado federal
Antigo opositor do PT, o deputado (ex-PFL e ex-DEM) foi um dos últimos nomes a entrar para a lista de ministeriáveis, compondo a indicação da bancada do PSD na Câmara. De perfil conservador, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), da Reforma Trabalhista e do Teto de Gastos —pautas que o futuro governo é contra.
Portos e Aeroportos
- Márcio França (PSB), ex-governador de São Paulo
Principal liderança do PSB em São Paulo, abriu mão da disputa ao governo para compor a chapa de Haddad. Derrotado no Senado e com base na Baixada Santista, compõe a cota do partido na Esplanada.
Relações Exteriores
- Mauro Vieira, ex-chanceler e embaixador
Diplomata de carreira, Vieira ocupou o Itamaraty no final do governo Dilma, entre 2015 e 2016. Após o impeachment, tornou-se embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) e hoje representa o país na Croácia.
Relações Institucionais
- Deputado federal Alexandre Padilha (PT)
Ex-ministro da Saúde, o deputado chegou a ser cotado para voltar ao cargo ou assumir uma pasta econômica, dado papel importante de articulação com o setor financeiro que teve durante a campanha. Próximo a Lula, tem boa relação com setores sociais (em especial de Saúde) e com o Congresso.
Saúde
- Nísia Trindade, presidente da Fiocruz
Socióloga, preside a Fiocruz desde 2017. Foi a grande responsável pelo comando da fundação e pela defesa da ciência durante a pandemia de covid-19. Seu nome, considerado parte do "grupo técnico", foi elogiado entre pares.
Secom (Secretaria de Comunicação Social)
- Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal
O parlamentar exerce o quinto mandato na Câmara dos Deputados e figura como indicação do Rio Grande do Sul para a Esplanada. Pimenta também é, hoje, a principal liderança local do PT.
Secretaria-geral da Presidência da República
- Márcio Macêdo, ex-deputado federal e um dos vice-presidentes nacionais do PT
Transportes
- Renan Filho (MDB-AL), senador eleito
Governador de Alagoas por dois mandatos, o senador eleito foi o nome do pai, senador Renan Calheiros (MDB-AL), como indicação emedebista do Senado. Ele chegou a ser cogitado para Minas e Energia e Planejamento, mas foi para os Transportes com o desmembramento da pasta da Infraestrutura, como adiantado pelo UOL.
Turismo
- Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), deputada federal
Mais votada no Rio de Janeiro nas últimas eleições, é mulher do prefeito Waguinho, de Belford Roxo, líder do União Brasil no estado e político mais influente da Baixada Fluminense. Sua entrada na campanha, por meio de acordo com o deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), foi importante para o crescimento do petista na região.
Trabalho
- Luiz Marinho (PT), ex-ministro e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP)
Liderança antiga do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, é próximo do Lula desde os anos 1980. Nas gestões anteriores do petista, foi ministro do Trabalho e Emprego e da Previdência Social. Seu nome foi aprovado junto às centrais sindicais.
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