Governadora do DF cancela agenda após PF fazer busca contra Ibaneis
Celina Leão (PP), governadora em exercício do Distrito Federal, desmarcou a agenda que cumpriria hoje às 16h.
O cancelamento ocorreu pouco depois da PF (Polícia Federal) cumprir mandados de busca e apreensão contra o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) e Fernando Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Questionada pelo UOL, a assessoria da governadora não deu um motivo oficial para o cancelamento do compromisso. Hoje, Celina compareceria ao encerramento do projeto Reconstruindo Sorrisos, na Estrutural, região administrativa da capital.
Ação da PF. Por volta de 14h30, agentes chegaram na casa de Ibaneis no Lago Sul, um dos bairros mais nobres do país. Eles cumprem mandados de busca e apreensão também nos seguintes locais:
- O Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal;
- Um escritório ligado ao governador afastado;
- A sede da Secretaria de Segurança do Distrito Federal;
- E a casa do ex-secretário.
A PF afirmou que as ações de hoje buscam "provas para instruir o inquérito instaurado" sobre os atos golpistas que resultaram na depredação da Praça dos Três Poderes no dia 8.
As medidas foram autorizadas por Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em contato com o UOL, a defesa do governador afastado disse que ele "não tem nada a esconder".
Ibaneis foi afastado por 90 dias do governo do Distrito Federal por determinação do STF, que considerou que ele não agiu para conter os atos de violência.
Sob investigação. Na sexta-feira passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para apurar a conduta de Ibaneis e de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, durante os atos golpistas do dia 8.
Em depoimento à Polícia Federal, também na sexta passada, Ibaneis falou que a responsabilidade de garantir a segurança na capital federal era integralmente da Secretaria de Segurança, ocupada por Torres. Ele foi exonerado do cargo após os atos.
O governador acrescentou que foi "absolutamente surpreendido com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PM/DF", e que ficou revoltado quando viu cenas de alguns policiais se confraternizando com manifestantes.
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