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Caso Marielle: Procurador-geral de Justiça do RJ acredita em novas delações

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, afirmou hoje que há possibilidade de novas delações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O que aconteceu:

Mattos destacou que, assim como Élcio de Queiroz, é "possível" que Ronnie Lessa, apontado como atirador, e outros envolvidos no crime, optem pela delação. "Eu acho que havendo uma delação e no contexto em que estamos, é sempre uma oportunidade. Claro que não só do Ronnie [Lessa], mas também do Maxwell e de outros envolvidos nesse caso", declarou o procurador à CNN Brasil.

O procurador destacou que a nova fase das apurações traz um "leque de oportunidades" para que elas sejam aprofundadas e tenham mais celeridade.

Sobre o acordo feito com Élcio de Queiroz para a delação, Mattos classificou as contrapartidas como "muito adequadas". No entanto, ele não deu mais detalhes e justificou que o ainda há muito sigilo.

O procurador revelou que no acordo não estava incluído o não comparecimento ao Tribunal do Júri. "Não tem nada em não participar do Tribunal do Júri, estão sendo veiculadas várias informações que não são corretas. Toda delação pressupõe uma contrapartida, há uma negociação, mas informações estão acobertadas pelo sigilo. As responsabilidades serão adequadas, o trabalho foi muito cuidadoso", detalhou Mattos.

Entenda os avanços do caso Marielle

Élcio de Queiroz prestou os depoimentos em junho passado, mais de cinco anos após o crime. O ministro Dino afirmou que ele receberá os benefícios da delação, mas continuará preso. Os termos da colaboração estão sob sigilo.

O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, foi preso ontem. Com base nos depoimentos, a PF deflagrou ontem a operação Élpis, com um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Suel teria participado do planejamento do crime, em ações de vigilância e acompanhamento.

Na delação, Élcio afirma que foi Lessa quem atirou em Marielle e Anderson. Ele diz que foi recrutado por Lessa no próprio dia do crime e que dirigiu o carro usado na ocorrência. O ex-PM narrou em detalhes a noite do assassinato.

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O delator diz ter recebido R$ 1 mil após servir de motorista para Lessa. Élcio relata que os dois foram a um bar, após o assassinato, e só lá ele soube que o motorista Anderson também tinha morrido.

O ex-PM destacou, também, que a arma usada no crime tem origem no Bope, o batalhão especial da PM do Rio. O armamento, uma submetralhadora MP5, teria sido extraviada após um incêndio em um paiol da PM.

Para autoridades que acompanham o caso, a delação não resolve dúvidas sobre o crime. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, disse estar convencido de que o crime tem um mandante. A ministra Anielle Franco, irmã de Marielle, disse acreditar que não existe apenas motivação política no episódio.

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