Alvo da PF, pai de Cid foi colega de Bolsonaro e ganhou cargo nos EUA

A Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão com o objetivo de investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cesar Barbosa Cid. Entre os alvos, está o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel.

Hoje general da reserva, ele foi colega do ex-presidente nas turmas de cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) nos anos 1970.

Relação com Bolsonaro e cargo nos EUA

Relação próxima com Bolsonaro. A relação do general da reserva com o ex-presidente começou na década de 1970, quando os dois foram colegas na Aman, em Resende, no Rio de Janeiro.

No governo de Bolsonaro, Lourena Cid ocupou um cargo federal em Miami. Ele dirigiu o Departamento de Educação e Cultura do Exército e, em 2019, passou à reserva para ser chefe da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami, durante o início do governo de Bolsonaro — onde ficou até o início deste ano.

Família na terceira geração de militares. Segundo o jornal O Globo, o pai de Lourena Cid, Antônio Carlos Cid, foi coronel do Exército e chegou a trabalhar na Casa Militar durante o governo de José Sarney. O filho do general da reserva é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que está preso.

Filho investigado. Preso desde 3 de maio, o tenente-coronel Mauro Cid é investigado por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra a covid-19 e também por pagar despesas da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo.

Lourena Cid tem visitado o filho na prisão no Batalhão de Polícia do Exército. De acordo com a Globonews, o general da reserva aparece na lista de pessoas que visitaram o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Lourena Cid é visto por outros militares como discreto. Eles também citam uma personalidade conciliadora.

O que aconteceu:

Em operação batizada de Lucas 12:2, a Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente.

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Desvio e venda ilegal. O objetivo é investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro e sua posterior venda ilegal no exterior.

Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF. Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.

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