CPMI do 8/1: Maia diz que não pautará caso das joias que envolve Bolsonaro
O presidente da CPMI do 8 de janeiro, Arthur Maia (União-BA), disse que a Comissão é para investigar os atos antidemocráticos, não o caso das joias e outros bens de valor recebidos como presentes de países estrangeiros pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) e que não foram incorporados ao patrimônio público.
O que aconteceu:
CPMI não será palco para "discussões estranhas" aos atos golpistas, afirmou Arthur Maia em postagem no Twitter.
O presidente da Comissão ressaltou que "não admitirá" que o foco seja desviado, e destacou que "eventuais denúncias de corrupção ou outros assuntos contra quem quer que seja não serão tratados" na CPMI do 8 de janeiro.
Aviso aos navegantes: CPMI tem o propósito de investigar os acontecimentos do dia 8/1. Não admitirei que seja transformada em um palco de discussões estranhas a esse objetivo. Eventuais denúncias de corrupção ou outros assuntos contra quem quer que seja não serão tratados aqui.
-- Arthur Maia (@DepArthurMaia) August 11, 2023
Investigação sobre desvio de joias
Em operação batizada de Lucas 12:2, a Polícia Federal cumpriu, na última sexta-feira (11), mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente.
Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF.
Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.
A PF pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro, sob a suspeita de que os recursos eram repassados ao ex-presidente em dinheiro vivo. A queda de sigilo da ex-primeira-dama, Michelle, também foi solicitada.
A equipe jurídica do ex-presidente disse, em nota, que irá colocar à disposição da Justiça a movimentação bancária de Bolsonaro.
Um dos episódios de desvio de joias ocorreu, segundo a PF, em uma viagem para os Estado Unidos em junho de 2022. Na ocasião, Mauro Cid se separou da comitiva presidencial e vendeu dois relógios de luxo por US$ 68 mil, que foram depositados na conta do seu pai nos EUA. Os objetos foram presenteados ao Brasil por governos estrangeiros.
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