Conteúdo publicado há 29 dias

Reinaldo: Se Abin me investigou, eles morreram de tédio

O colunista Reinaldo Azevedo ironizou, durante o UOL News da manhã desta sexta-feira (12), o fato de estar na lista de monitorados da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A estrutura montada pela "Abin paralela" no governo de Jair Bolsonaro (PL), segundo a Polícia Federal, atuou em ao menos 21 episódios com o objetivo de atacar instituições e autoridades dos três Poderes por meio de dossiês, em uma lógica que ajudou a alimentar, direta ou indiretamente, as manifestações golpistas do 8 de Janeiro.

Eu não sei se eles me investigaram, mas se investigaram, morreram de tédio. O cara falou assim: 'Coitado desse moço. Só fica escrevendo na casa dele, não faz nada'.

É uma coisa absolutamente ridícula. É tudo mequetrefe. Tudo mixuruca. Quando você pega as pessoas investigadas, você não consegue estabelecer nenhuma linha de coerência.

'Gabinete do ódio'

A PF cumpriu cinco mandados de prisão contra pessoas ligadas ao "gabinete do ódio". As investigações apontam que esse grupo, composto por assessores de comunicação do clã Bolsonaro, recebeu ajuda clandestina de membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para divulgar notícias falsas sobre membros dos Três Poderes e jornalistas.

O "gabinete do ódio" teria funcionado desde a campanha de Bolsonaro à Presidência, em 2018. A expressão, que veio a público no ano seguinte, ficou conhecida durante a CPMI das Fake News. A ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos-SP), já rompida com Bolsonaro à época, afirmou em depoimento que o Planalto tinha uma estrutura de comunicação para atacar opositores na internet.

Três inquéritos no STF tratam do "gabinete do ódio", mas nenhum resultou em processos criminais até o momento. A atuação do grupo é investigada desde 2019, no chamado inquérito das fake news, e também já foi alvo nos inquéritos dos atos antidemocráticos e no das milícias digitais. Nenhuma dessas investigações foi encerrada até agora.

As investigações sobre o "gabinete do ódio" correm no Supremo há mais de 5 anos. O inquérito das fake news, que abriga a operação da PF deflagrada hoje, está em andamento e segue em sigilo desde março de 2019, o que é alvo de críticas da oposição.

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O sigilo da operação de hoje, porém, foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A investigação revela que a estrutura paralela da Abin monitorou ministros do STF, políticos, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ex-governador de São Paulo, João Doria, e jornalistas como Mônica Bergamo e Vera Magalhães.

Membros do suposto gabinete do ódio também foram investigados na CPI dos atos de 8 de janeiro. O principal deles, o ex-assessor do Planalto Tercio Arnaud Tomaz, não é alvo da operação de hoje, mas outros nomes que também faziam parte da estrutura da Presidência sofreram buscas e apreensões.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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