Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta sexta-feira (17)
O Brasil registrou 1.163 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo balanço oficial do Ministério da Saúde, disponível em seu site oficial. Nos registros oficiais, já são 77.851 óbitos pela doença.
Ao todo, são 2.046.328 casos confirmados, sendo 34.177 desde o balanço de ontem. Ainda são 3.832 falecimentos em investigação.
O total de recuperados chegou a 1.321.036, representando 64,6% do total de infectados. Os casos em acompanhamento chegaram a 647.441, 31,6% do montante de contaminados.
Governo segue defendendo a cloroquina
Ontem, Brasil superou a marca de 2 milhões de casos oficiais de diagnósticos do novo coronavírus e, segundo os dados do Ministério da Saúde, ainda contabilizou 1.322 novas mortes, no pior dia do mês de julho e o maior registro de óbitos em 24 horas desde 23 de junho.
Enquanto novas boas notícias quanto a vacinas, testes e drogas contra a covid-19 seguem surgindo, o Ministério da Saúde entrou em atrito com a Fiocruz, recomendando que a entidade oriente o uso da cloroquina, mas integrantes da instituição alegam que o remédio não tem eficácia comprovada no combate ao vírus.
Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a cloroquina, adicionou o remédio Annita em suas recomendações, durante live, e afirmou que o ministro interino Pazuello permanecerá no cargo.
Veja as principais notícias envolvendo o coronavírus:
Bolsonaro recomenda Annita e diz que Pazuello fica
Além da hidroxicloroquina, que diz ter tomado nas últimas semanas como forma de tratamento para o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também sugeriu que as pessoas com sintomas da covid-19 procurem médicos para saber se devem tomar o vermífugo conhecido pelo nome comercial Annita - que não tem comprovação de eficácia contra a doença.
"Também agora está aí, estão apresentando o Annita. Não sou médico, não recomendo nada para ninguém. O que recomendo é que você procure o médico... 'Doutor, você ministra hidroxicloroquina ou não?'. 'Ministra Annita ou não?'. O médico vai falar alguma coisa. Ele pode falar 'vai para casa e deite'. Aí você decide e procura outro médico se quiser", afirmou Bolsonaro.
Embora tenha dito que não é "garoto-propaganda" dos medicamentos, Bolsonaro exibiu caixas de hidroxicloroquina e Annita enquanto fazia as declarações em live transmitida no Facebook e no YouTube.
Bolsonaro afirmou também que Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, e Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, seguirão no governo.
Salles fica, Pazuello fica, sem problema nenhum. São dois excepcionais ministros"
Pazuello contraria OMS: 'Testagem não é essencial'
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, em entrevista à revista Veja, que a testagem não é essencial para o diagnóstico durante a pandemia. A afirmação vai na contramão da recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), que coloca a aplicação de testes como um dos pilares da estratégia de enfrentamento à covid-19.
Na avaliação de Pazuello, o diagnóstico da doença pelo médico, com análise clínica e auxílio de outros exames, permite um tratamento antecipado que, em sua opinião, pode ser mais eficaz.
"Não [testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento", disse ele, que ainda afirmou que o Brasil será considerado exemplo no combate à pandemia.
Sobre a fala de "genocídio" da gestão Bolsonaro na crise sanitária, feita pelo ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Gilmar Mendes, contemporizou:
Essa acusação não me incomodou. Num combate, o general de divisão é aquele que vai cuidar da sua vida e da vida da sua família. Você acha que esse general pode se sentir atingido porque um fulano falou isso ou aquilo? A missão é muito mais importante. Estou numa guerra contra uma doença que já matou 75 mil pessoas, enfrentando interesses inconfessáveis e quadrilhas que têm de ser desbaratadas"
Números do Brasil
O Brasil passou dos 2 milhões de casos de covid-19, segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, ao contabilizar mais 43.829 registros da doença. Com isso, o total de infectados chegou a 2.014.738.
Além disso, as secretarias estaduais de Saúde somaram mais 1.299 mortes nesse mesmo período. Com isso, o total de vítimas da infecção provocada pelo coronavírus chegou a 76.822.
A média móvel dos últimos sete dias no país é de 1.081 óbitos por dia —o maior número para uma quinta-feira da série histórica.
Nos dados do Ministério da Saúde, mais altos, houve 45.403 registros de infecção por coronavírus. O total de infectados nas contas do governo é de 2.012.151.
A pasta contabilizou em 24h 1.322 novas mortes, com o acumulado de vítimas chegando a 76.688 em todo o país. Foi o pior dia do mês de julho, com o maior registro de óbitos desde 23 de junho, quando o ministério incluiu 1.374 mortes nas contas oficiais.
A região Sudeste registrou 612 mortes nas últimas 24 horas - uma alta em relação a ontem, quando foram 527 mortes. Mas abaixo da marca de terça-feira, o segundo dia com mais óbitos contabilizados em São Paulo (no total, a região teve 682 óbitos). No Nordeste, foram 329 casos a mais no mesmo período.
O consórcio aponta ainda que Norte (112), Centro-Oeste (141) e Sul (105) somaram menos casos do que as outras regiões.
SP: Capital tem queda, mas interior sofre
As mortes em decorrência da covid-19 na cidade de São Paulo apresentaram queda de 18,7% nas últimas três semanas de acordo com a média móvel de óbitos. A estatística é considerada a mais confiável pelos especialistas por ser uma média dos últimos sete dias, o que elimina eventuais dias atípicos de mais ou menos morte e subnotificações. Ainda assim, o prefeito Bruno Covas (PSDB) cancelou a festa de Réveillon na Avenida Paulista.
Em 23 de junho, data de maior valor, a média móvel foi de 109,1 mortes. Ontem, foi de 88,7 mortes.
Em números absolutos, também há redução de óbitos na cidade de São Paulo. Foram 179 vítimas em 23 de junho diante de 134 ontem. O platô que o estado experimenta agora é algo que a capital vivia mês passado.
No interior, as regiões de Franca e São José do Rio Preto foram as que tiveram o maior crescimento de casos de óbitos por causa do novo coronavírus no Estado de São Paulo, com alta de 57,7% e 53,8%, respectivamente, no período de 8 a 14 de julho.
O crescimento semanal nas regiões de Franca e Rio Preto foi mais de 10 vezes a média do estado, que, no mesmo período, se manteve em 5%.
Sobre a retomada das aulas, o estado mantem a data de 8 de setembro, desde que as condições de saúde estejam cumpridas.
Wietzel fecha hospitais de campanha
O governo do Rio de Janeiro anunciou, na tarde de hoje, o fim temporário das atividades dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo. A Secretaria Estadual de Saúde informou que a decisão se deve ao fim do contrato do Governo com a Organização Social Iabas, que administrava as unidades. Os pacientes que se travam da covid-19 nos dois hospitais já começaram a ser transferidos.
Os hospitais eram os únicos em funcionamento dos sete prometidos pelo governador Wilson Witzel (PSC) em março. A SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que a interrupção das atividades é "preventiva", já que o governo foi informado do término do vínculo com a Iabas na última terça-feira (14) e a manutenção dos pacientes nos hospitais poderia ser prejudicial.
Vacina tem "progresso extraordinário"
A imunologista brasileira Daniela Ferreira, que está na linha de frente ao combate à covid-19 no Reino Unido, disse no Conversa com Bial desta madrugada, na Rede Globo, que as pesquisas para descobrir a vacina contra o coronavírus estão tendo um "progresso extraordinário".
"O progresso que tem sido feito mundialmente com todas as vacinas tem sido astronômico e extraordinário", afirmou a cientista que coordena a equipe que testa a vacina da Universidade de Oxford, uma das mais promissoras, na Escola de Medicina Tropical de Liverpool.
Pela primeira vez, a comunidade científica inteira se voltou para um único problema. Todo mundo quer uma vacina para tirar a gente dessa pandemia, e isso me dá muita esperança e otimismo"
Dexametasona se mostra eficiente, mas com riscos
Os muito aguardados resultados dos testes britânicos sobre o esteroide dexametasona foram publicados hoje, confirmando seus benefícios no tratamento a pacientes com a covid-19 submetidos à ventilação mecânica, mas alertam sobre possíveis danos caso a substância seja administrada muito cedo aos internados.
Um total de 2.104 pacientes hospitalizados receberam diariamente seis miligramas da substância por 10 dias, enquanto outros 4.321 apenas receberam o tratamento usual. No final da pesquisa, a taxa de mortalidade entre ambas categorias de pacientes sob tratamentos diferentes foi comparada, após 28 dias.
Entre os pacientes em ventilação mecânica, a taxa de mortalidade dos que usaram a medicação foi de 29,3%, comparado aos 41,4% que não a usaram. Ou seja, o grupo que teve a dexametasona administrada em seu tratamento com ventiladores registrou uma redução de 29% da mortalidade.
Em pacientes que recebiam oxigênio, mas com menos tratamentos invasivos, o benefício foi menor — 23,3% tratados com dexametasona morreram, enquanto 26,2% dos que não usaram faleceram.
Coreia do Sul testa remédio com anticorpos
A Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira um teste clínico de estágio inicial do tratamento experimental contra covid-19 da Celltrion Inc, o que faz dele o primeiro remédio de anticorpos do país a ser testado em humanos.
O tratamento de anticorpos da Celltrion ataca a superfície do vírus e foi concebido para impedi-lo de se unir a células humanas.
A empresa pretende recrutar 32 voluntários saudáveis em colaboração com um hospital local para um estudo de Fase 1 do remédio, que demonstrou uma redução de até 100 vezes da carga viral em testes com animais.
Imunização pode ser duradoura
Um estudo publicado ontem pela revista científica Nature indica que a imunidade ao coronavírus adquirida por seres humanos pode durar por longos períodos - possivelmente, até mesmo por mais de uma década.
Ligados a diversas instituições científicas de Singapura, os pesquisadores levaram em conta o histórico de 23 pessoas contaminadas com a Sars (síndrome respiratória aguda grave) em 2002 e 2003.
As células T, responsáveis pela defesa do sistema imunológico, ainda foram capazes de reagir à presença do vírus mesmo após 17 ou 18 anos.
As descobertas demonstram que as células T específicas para vírus e induzidas por infecção por betacoronavírus são duradouras, apoiando a noção de que pacientes com a covid-19 desenvolverão imunidade de longo prazo por células T"
Novo teste tem resultado em 20min
Pesquisadores australianos desenvolveram um teste capaz de determinar se uma pessoa está infectada pelo coronavírus em 20 minutos.
O método utiliza apenas uma amostra de sangue, o que pode ser considerado um importante passo. Para detectar a presença do vírus, o método utiliza 25 microlitros de plasma das amostras de sangue.
De acordo com os cientistas da Universidade Monash, o teste é capaz de determinar se uma pessoa já foi infectada pelo vírus ou se está com covid-19 no momento.
Saúde orienta Fiocruz a recomendar cloroquina; Fiocruz se recusa
O Ministério da Saúde orientou a Fiocruz a divulgar amplamente e recomendar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento precoce de pacientes da covid-19, apesar de as evidências científicas indicarem a ineficácia de ambos no combate ao novo coronavírus.
A própria Fiocruz participa do estudo Solidarity, da OMS (Organização Mundial de Saúde), cujos testes com cloroquina e hidroxicloroquina foram suspensos em junho porque todos os resultados obtidos indicavam que as substâncias "não reduziam a mortalidade dos pacientes".
O ofício menciona como "medidas essenciais": considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente (...) para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do SUS". Perguntado sobre as evidências que embasam tal recomendação, o Ministério da Saúde nada explicou.
A Fiocruz respondeu que não recomenda a droga: "A Fiocruz orienta profissionais, ela afirma que não há base científica para a cloroquina, pelo contrário, há evidências de que não deve ser utilizada. Mas, se recebe comunicado do Ministério da Saúde, não pode deixar de informar seus profissionais", declarou o pesquisador e coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância da Fiocruz Brasília, Cláudio Maierovitch.
Ivermectina: Estudos não comprovam eficácia
A ivermectina, usada para tratamento contra parasitas em seres humanos e animais, é tida como a nova medicação que irá curar — ou prevenir — a infecção contra o coronavírus. Mesmo sem nenhum estudo conclusivo comprovando a eficácia do remédio para tratar a covid-19, o Sincofarma (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) confirma que houve um aumento das prescrições, mas especialistas alertam para os riscos de uso indevido.
Cientistas australianos publicaram em junho um estudo científico informando que o remédio conseguiu parar a replicação do vírus em laboratório. Foi o bastante para que muitos corressem até a farmácia para obter a medicação que é indicada para tratar de verminose, sarna e bicho geográfico.
Professora associada do departamento de Microbiologia da UFMG, Giliane de Souza Trindade afirma que é necessário que as pessoas saibam a diferença de um teste feito em laboratório para outro aplicado em seres vivos. "As pessoas ignoram isso, ficam procurando uma fórmula mágica. É a mesma coisa da cloroquina (que também não tem eficácia comprovada)."
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já havia soltado uma nota no dia 10, informando que os estudos relacionando a ivermectina ao tratamento da covid-19 não eram conclusivos.
Índia passa de 1 milhão de casos; Ásia pode virar epicentro
A Índia se tornou hoje o terceiro país do mundo a registrar mais de um milhão de casos do coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil, à medida que as infecções se espalham pelo interior e por cidades menores.
Especialistas dizem que, dada a população da Índia de cerca de 1,3 bilhão, um milhão é uma marca relativamente baixa.
Porém, existe o temor que o número aumentará significativamente nos próximos meses à medida que os testes forem ampliados, pressionando ainda mais o sistema de saúde já à beira do abismo.
A Índia registrou 34.956 novas infecções hoje, elevando o total para 1.003.832, com 25.602 mortes por covid-19, segundo dados do Ministério Federal da Saúde. Os Estados Unidos têm 3,5 milhões de casos, enquanto o Brasil superou ontem a marca de 2 milhões de infectados.
Com isso, o sul da Ásia parece se tornar o novo epicentro da pandemia, segundo a Fisc (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho).
Suécia: casos disparam
A Suécia, que atraiu a atenção mundial por sua estratégia menos rigorosa para lidar com o coronavírus, enfrenta um número quase recorde de novos casos de covid-19 na UE (União Europeia), mas as autoridades garantem que a epidemia está em declínio. O país chegou a ser citado por Bolsonaro como bom exemplo de atitudes contra a doença.
Entre os 27 países membros da UE, a Suécia se destacou nas últimas duas semanas por alcançar o segundo lugar, atrás do Luxemburgo, na lista de novos casos registrados por milhão de habitantes, segundo dados compilados pela AFP.
Segundo estimativas oficiais, quase um habitante de Estocolmo em cada cinco possui anticorpos, uma proporção mais alta que a de outros países, apesar do fato de a Suécia sempre ter negado a busca da imunidade coletiva.
Diferentemente do que aconteceu na maioria dos países europeus, a Suécia não confinou sua população e preferiu manter abertas escolas para crianças menores de 16 anos, além de cafés, bares e restaurantes. Não há obrigatoriedade de uso de máscaras.
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