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Tragédia em Brumadinho

Atingidos pela Vale em Brumadinho entram na Justiça alemã contra a Tüv Süd

10.jul.2019 - Bombeiro acompanha família na zona quente em Brumadinho (MG), em frente ao que restou da barragem B1 da vale que se rompeu em 25 de janeiro - Luciana Quierati/UOL
10.jul.2019 - Bombeiro acompanha família na zona quente em Brumadinho (MG), em frente ao que restou da barragem B1 da vale que se rompeu em 25 de janeiro Imagem: Luciana Quierati/UOL

Denise Luna

Rio

16/10/2019 17h23

Famílias atingidas pelo rompimento da barragem da Vale ingressaram com uma queixa criminal na Alemanha contra a empresa certificadora alemã Tüv Süd, responsável pelo atestado de segurança da barragem de rejeitos em Brumadinho, Minas Gerais. A barragem se rompeu em 25 de janeiro deste ano, matando 251 pessoas e deixando 19 desaparecidas, além de causar danos irreversíveis ao meio ambiente.

A ação das famílias ocorre em conjunto com a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, com a Associação Comunitária da Jangada, em coalizão com o European Centre for Constitutional and Human Rights (ECCHR) e a MISEREOR, informou a assessoria dos Atingidos de Brumadinho.

"As acusações da ação impetrada hoje (16) incluem crime de homicídio, corrupção, negligência e violação de deveres de supervisão. Entre as denunciantes estão a irmã e a filha de vítimas do rompimento da barragem", explicou a associação de atingidos.

Segundo a queixa criminal, a Tüv Süd emitiu uma declaração de estabilidade para a barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em setembro de 2018, mesmo diante de diversos problemas de segurança que foram verificados nos meses precedentes, e que já apontavam a situação crítica da barragem rompida. Para os denunciantes, a Declaração de Estabilidade foi decisiva para que não fossem tomadas medidas de emergência pela Vale, necessárias para melhorar a segurança da barragem, situação que perdurou até que ela se rompesse.

"O processo na Alemanha de forma alguma altera a responsabilidade da mineradora brasileira Vale S.A. pela falha da barragem. A Tuv Sud é corresponsável pelas mortes e danos ambientais", disse em nota a advogada da ECCHR, Claudia Müller-Hoff.

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento da empresa.

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