Hamas afirma que manterá "resistência" à ofensiva militar israelense
O movimento islamita Hamas afirmou nesta segunda-feira (21) que "não cederá às pressões internacionais" para alcançar um cessar-fogo em Gaza e que continuará a "resistência armada" até que suas demandas e as "aspirações do povo" palestino sejam atendidas.
No domingo, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu "a imediata cessação de hostilidades" na faixa de Gaza e expressou sua "séria preocupação" com a escalada da violência na região.
Desde o dia 8 de julho, mais de 500 palestinos já morreram, incluindo cerca de 100 crianças, e cerca de 3.000 ficaram feridos no conflito em Gaza. O número de mortos aumentou depois do massacre de Shejaiya, neste sábado, o dia mais sangrento.
São 13 os israelenses mortos nos conflitos até o momento. O governo de Israel desmentiu o sequestro de um soldado por parte do Hamas.
O ministro israelense da Defesa, Moshé Yaalon, disse que a "operação continuará até que seja retomada a calma" no sul do país e não excluiu a convocação de mais reservistas "se for necessário".
Em comunicados divulgados nesta segunda, vários líderes do Hamas reiteraram sua intenção de seguir adiante com sua luta armada para resistir à ofensiva militar que Israel iniciou em 8 de julho, e que a comunidade internacional procura interromper.
Sami Abu Zuhri, porta-voz do grupo na faixa de Gaza, disse que os "esforços internacionais para se conseguir um cessar-fogo têm como objetivo retirar Israel da difícil situação na qual se encontra".
"A resistência armada não cederá às pressões e ditará suas próprias condições através de sua superioridade no terreno", defendeu Abu Zuhri.
O ex-primeiro-ministro palestino Ismael Haniyeh, do Hamas, afirmou que "o inimigo está sendo derrotado nas fronteiras e a resistência armada irá satisfazer as demandas de nosso povo".
"As condições da resistência armada são as mínimas reivindicações para qualquer cessar-fogo e os sacrifícios de nosso povo estão pavimentando o caminho da vitória", disse.
A diplomacia internacional se mobilizou hoje pela segunda vez em uma semana para tentar colocar um fim ao enfrentamento armado que já deixou 514 palestinos e 20 israelenses mortos.
Após a tentativa da semana passada, o ministro de Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri, retomou os contatos entre Israel e Hamas com os chanceleres árabes e com o secretário de Estado americano, John Kerry, que participará de conversas no Cairo, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Com as novas consultas, Egito pretende consolidar o apoio internacional ao seu plano para colocar um fim às hostilidades.
O Ministério das Relações Exteriores egípcio ressaltou que sua iniciativa para acabar com o atual conflito, rejeitada até agora pelo Hamas, conta agora com "um amplo respaldo regional e internacional".
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