'Abin paralela' de Bolsonaro na mira: governo exonera delegado investigado

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Um dia após o início da operação da PF que investiga possíveis crimes na Abin (Agência Brasileira de Inteligência), continuam a surgir revelações e desdobramentos do esquema em que o governo Bolsonaro teria espionado ilegalmente autoridades e cidadãos.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública exonerou o delegado da PF Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, um dos alvos da operação sobre suposto uso do software espião FirstMile e considerado braço direito de Alexandre Ramagem, diretor da Abin à época. E a própria Abin abriu uma apuração para investigar os motivos pelos quais Ramagem manteve um celular e um notebook da agência mesmo depois de deixar o cargo, em 2022.

Josias de Souza se deteve nas declarações de Ramagem, hoje deputado federal (PL-RJ), admitindo o uso do sistema de espionagem israelense pela agência, para demonstrar que elas apenas reforçam os indícios levantados contra ele pela investigação. Para Josias, ao se eximir, Ramagem "lançou ao mar" seus ex-subordinados.

Já Tales Faria informa que o presidente Lula estuda demitir Alessandro Moretti, número 2 da Abin, o que poderia levar à queda de Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da agência, após a PF citar um suposto "conluio" entre investigados e a atual direção da Abin para obstruir as investigações.

E Letícia Casado revelou que a CGU (Controladoria-Geral da União) descobriu, graças a um rastro no sistema, que a dita "Abin paralela" monitorava a promotora do caso Marielle Franco.

Lembrando que, segundo a PF, parlamentares também estão entre os espionados ilegalmente, Leonardo Sakamoto especula qual será a reação do centrão caso seja descoberto que seus integrantes estavam na mira. Para Sakamoto, isso pode levar Bolsonaro a perder apoio entre integrantes do grupo.

Reinaldo Azevedo chama a atenção para o fato de que, um ano depois da malfadada tentativa de golpe de Estado, a estratégia dos envolvidos, além de tentar desestabilizar o governo Lula e de manietar o STF, consiste em tentar articular a impunidade dos golpistas.

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Leonardo Sakamoto: Histórico de Bolsonaro sugere que centrão e aliados também foram espionados

Leonardo Sakamoto: Candidatura de Ramagem será enterrada se nome de espionados vazar

Reinaldo Azevedo: Modo de ser do golpe, um ano depois, é articular a impunidade dos golpistas

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Opinião

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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