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"Brasiguaios" continuarão tendo tratamento especial, diz novo presidente do Paraguai

Guilherme Balza

Do UOL, em Assunção

23/06/2012 12h51

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (23) no Palácio López, sede do governo paraguaio, o novo presidente, Federico Franco, afirmou que os “brasiguaios” –brasileiros radicados no Paraguai-- terão tratamento especial em seu governo. Cerca de 6 mil brasileiros, que migraram ao Paraguai para investir em terras, reclamam de discriminação, ataques frequentes dos carperos (agricultores sem terra de origem paraguaia) e falta de apoio do governo.

“Os cidadãos brasileiros radicados aqui terão, como sempre, trato especial”, disse. O mandatário orientou o novo chanceler José Félix Fernández Estigarribia e o embaixador do Brasil no Paraguai para que não alterem a relação com o país vizinho. “Paraguai e Brasil tem que ter uma relação harmônica.”

Apesar de a presidente brasileira, Dilma Rousseff, ter sugerido a retirada do Paraguai do Mercosul, Franco acredita que o Brasil não irá aplicar restrições ao seu país. °Não vejo porque forçar uma situação dessa”, disse o presidente, acrescentando que os mais prejudicados com um bloqueio nas relações Brasil-Paraguai seriam os empresários brasileiros.

Franco voltou a dizer que o impeachment de Lugo não foi um golpe de Estado, já que, segundo ele, ocorreu dentro dos marcos institucionais. "No Paraguai não houve quebra [da ordem institucional] nem golpe, mas sim uma troca de poder ajustada pela Constituição e pelas leis", disse. Ele reconheceu também que a situação com os países vizinhos é complicada.

“A situação é difícil. Reconheço que há problemas com a comunidade internacional”, diz. “O chanceler entrará em contato com os países para demonstrar não com palavras, mas com feitos, nossa vocação democrática em favor do Estado de direito e da liberdade.”

Franco afirmou que o novo chanceler, José Félix Fernández Estigarribia, vai procurar os países vizinhos para tentar desfazer o mal-estar nas relações bilaterais. "O chanceler vai entrar em contato com os países para demonstrar com palavras, senão com fatos, nossa vocação democrática", disse.