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Movimentos sociais protestam em São Paulo contra o novo governo do Paraguai

Bruno Bocchini

Da Agência Brasil, em São Paulo

28/06/2012 19h34

Movimentos sociais brasileiros e da América Latina fizeram hoje (28), em frente ao prédio onde fica o gabinete regional da Presidência da República, na avenida Paulista, em São Paulo, um ato contra o novo governo do Paraguai. Elas cobraram as ações “mais duras” do Brasil, como o não reconhecimento do novo governo paraguaio, sanções comerciais, o cancelamento dos projetos de cooperação econômica e o bloqueio aos financiamentos públicos.

João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, reivindica que o governo brasileiro e o Congresso Nacional enviem uma comissão ao país vizinho para averiguar denúncias de que movimentos sociais camponeses estão sendo ameaçados por setores do novo governo.

“As organizações que têm identificação com o ex-presidente Lugo estão sendo perseguidas. Nós estamos muito preocupados porque a troca que houve nas Forças Armadas colocou no poder um setor completamente reacionário, que esteve na ditadura militar”, disse.

 

Rodrigues quer ainda que o Brasil adote medidas rigorosas contra o atual governo paraguaio, mas sem que haja prejuízos para a população. “Que tenha uma separação, para que o povo paraguaio não pague pelo que os golpistas fizeram”, destacou.

 

José Mendonça, do Movimento Marcha Patriótica, da Colômbia, ressaltou que houve um golpe no Paraguai e vê ameaça de um retrocesso aos tempos das ditaduras nos países da América Latina. “Qualquer ameaça, qualquer tentativa de um retrocesso ao que foi nos tempos da ditadura militar deve ser freada. Qualquer tipo de ameaça de acabar com a democracia deve ser freada”, disse.

 

As entidades também ressaltaram, em um manifesto, a posição “firme” adotada pelo governo brasileiro contra o impeachment do presidente Fernando Lugo.

 

“Como brasileiros, que nos solidarizamos com o povo paraguaio, rejeitamos o golpe e defendemos a democracia, realizamos este ato político para apoiar a postura firme da presidenta Dilma Rousseff e cobrar medidas ainda mais incisivas contra os golpistas”, diz o manifesto divulgado pelos movimentos que organizaram o ato, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz (Cebrapaz), a Marcha das Mulheres, a União da Juventude Socialista (UJS) e o Levante Popular da Juventude.