Após trégua, Gaza tem primeira noite de calmaria em oito dias de conflito
Após trégua pactuada entre Israel e as milícias palestinas, Gaza e comunidades israelenses adjacentes à faixa viveram sua primeira noite de absoluta calmaria desde que o conflito começou, há oito dias.
Um porta-voz militar israelense confirmou que desde que a trégua entrou em vigor, às 21h locais (15h de Brasília), "não houve nenhuma atividade das Forças de Defesa de Israel em Gaza".
Segundo esse porta-voz do Exército, as milícias palestinas, no entanto, "lançaram cinco foguetes entre 21h e 0h".
"Três foguetes atingiram território israelense e dois foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro", indicou.
As milícias não lançaram nenhum outro projétil depois de 0h, confirmou o porta-voz.
Desde o início do conflito, em 15 de novembro, o balanço de vítimas fatais é de 162 palestinos e cinco israelenses, além de 1.300 palestinos e 50 israelenses feridos.
Palestinos comemoram cessar-fogo
Com tiros e gritos de vitória, os palestinos na faixa de Gaza saíram às ruas para comemorar um acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira (21) que pôs fim a oito dias de combates mortais entre Israel e militantes islâmicos.
Depois de ficarem presos em casa por dias, com medo dos ataques aéreos israelenses, milhares de palestinos lotaram carros e montaram em motocicletas, agitando bandeiras e cantando para o Hamas --principal adversário de Israel e grupo que governa a faixa de Gaza.
"Nós nos sentimos como se tivéssemos ganhado a nossa liberdade de volta, as nossas vidas de volta. Graças a Deus para o Hamas, e graças a Deus pela paciência e força do povo palestino em humilhar Israel", disse Mohammed Skeik, marchando ao lado de vários amigos com o punho em alto.
O cessar-fogo mediado pelo Egito pôs fim aos ataques aéreos israelenses que atingiram centenas de alvos do Hamas e ao disparo de mais de 2.000 foguetes e morteiros do Hamas e outras facções em direção a cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.
Ao todo, 162 palestinos, incluindo 37 crianças e 11 mulheres, foram mortos na ofensiva, juntamente a três civis israelenses e um soldado.
"Israel não vai pensar em nos desafiar como agora nunca mais. Nós pagamos um preço caro no sangue de nosso povo pela agressão deles, mas tivemos grandes ganhos e mostramos a nossa força", disse.
Brasileiros permanecem na faixa
O grupo de 20 brasileiros, que tem também nacionalidade palestina e vive nas áreas de conflito na faixa de Gaza, avisou hoje (21) ao Escritório do Brasil em Ramalá, na Cisjordânia, que pretende ficar na região.
A decisão foi tomada logo após o anúncio de acordo de cessar-fogo feito pelo ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohamed Kamel Amr, e pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Porém, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou à Agência Brasil que o Escritório do Brasil em Ramalá ficará em alerta para agir em caso de mudanças de planos dos brasileiros que têm dupla nacionalidade.
Cessar-fogo
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quarta que aceitou o cessar-fogo por recomendação do presidente norte-americano, Barack Obama.
"O primeiro-ministro falou com o presidente Obama e aceitou sua recomendação de dar uma oportunidade à proposta egípcia de cessar-fogo", afirmou um comunicado do escritório de Netanyahu. O premiê também “agradeceu ao presidente dos EUA seu apoio durante a operação e sua ajuda no sistema (antimísseis) Cúpula de Ferro", continuou a nota.
Obama, por sua vez, conversou hoje por telefone com Netanyahu para felicitá-lo por aceitar o cessar-fogo. “O presidente elogiou o primeiro-ministro por aceitar a proposta egípcia de cessar-fogo, e também reiterou que Israel mantém o direito de defender-se”, indicou um comunicado da Casa Branca, sede do governo americano.
O cessar-fogo foi anunciado no Cairo, capital do Egito, pelo chanceler egípcio, Mohamed Kamel Amr, e pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
Histórico
Os confrontos entre israelenses e palestinos já duram oito dias. O Exército de Israel lançou a operação Pilar de Defesa na quarta-feira passada (14), sob a justificativa de pôr fim aos ataques de foguetes palestinos, a partir de Gaza, contra o território israelense. Do lado palestino, ao menos 147 morreram. Do lado israelense, foram cinco.
O confronto marcou a primeira vez em que os foguetes palestinos ameaçaram Tel Aviv, a capital israelense, e a histórica Jerusalém. Tel Aviv não sofria um atentado desde abril de 2006, quando um homem-bomba palestino matou 11 pessoas em um terminal de ônibus.
Além disso, horas antes do anúncio do cessar-fogo, um ônibus sofreu um ataque a bomba, na área central de Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas. (Com agências internacionais)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.