Topo

Polícia turca prende 25 pessoas por incitar protestos nas redes sociais

Do UOL, em São Paulo

05/06/2013 09h45

A agência estatal de notícias da Turquia divulgou que a polícia turca prendeu 25 pessoas, nesta quarta-feira (5), por “espalhar informações falsas” nas redes sociais e provocar protestos pelo país.

Mapa da região

Segundo a agência Anadolu, os manifestantes foram detidos em Izmir. A polícia ainda busca outras 13 pessoas.

Os protestos contra o governo do premiê Recep Tayyip Erdogan entraram no sexto dia. Nesta quarta, representantes dos manifestantes turcos exigiram que o governo demita os chefes de polícia de várias cidades do país, incluindo Istambul e Ancara, pelo uso excessivo da força.

"Os chefes de polícia que deram a ordem de atuar com violência devem ser demitidos", afirmou um porta-voz do grupo após uma reunião em Ancara com o vice-primeiro-ministro Bülent Arinç.

Durante a madrugada, grandes contingentes policiais voltaram a enfrentar manifestantes em Ancara, Istambul, Tunceli e Hatay.

Nessa última cidade, na fronteira com a Síria, uma manifestação realizada após o funeral de um jovem, que tinha morrido na última segunda-feira (3) pelo impacto de uma granada de gás lacrimogêneo, foi dispersa pela Polícia com jatos de água e mais bombas de gás.

Segundo a emissora de notícias "CNNTürk", dois policiais e um manifestante foram feridos nos confrontos.

Em Istambul, a praça Taksim e seus arredores seguiam em um ambiente tranquilo, mas, após a meia-noite local, a polícia voltou a lançar grandes quantidades de gás lacrimogêneo contra mais de mil de pessoas sentadas em uma área verde próxima ao Bósforo.

Um dos manifestantes fez questão de mostrar à agência Efe o ferimento causado pelo impacto de uma bala de borracha, sofrido durante esta ofensiva policial.

"Todos os dias atendemos a feridos por balas de borracha, embora a maioria dos pacientes seja pela inalação de gás, pelo impacto das granadas de gás ou por ter sido pisoteado durante os confrontos", explicou um voluntário no improvisado centro médico da Praça Taksim.

Confrontos também foram registrados na capital Ancara e em Adana, enquanto vários bairros de outras cidades se somaram ao protesto mediante barulhentas ações.

Greve

O sexto dia consecutivo de protestos também é marcado por uma greve convocada pela Confederação dos Sindicatos de Trabalhadores Públicos (KESK), a Confederação dos Sindicatos Revolucionários de Trabalhadores (DISK), o Colégio Oficial de Médicos da Turquia (TTB) e a União de Colégios Oficiais de Engenheiros e Arquitetos (TMMOB).

Em declaração conjunta, os agrupamentos exigem ao governo garantias de que preservará a área do parque Gezi em Istambul, onde os protestos começaram após o início de uma remodelação urbanística no local, que seria transformado em uma área comercial.

Os organizadores da greve também defendem o fim do uso de gás pimenta contra os manifestantes, além de investigação contra as ações policiais mais violentas.

Além disso, os grevistas exigem a libertação dos milhares de manifestantes presos e, inclusive, um pedido de desculpas, além de levantar a proibição de manifestações em praças emblemáticas como a Taksim, em Istambul. (Com AP, AFP e Efe)