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Conselho de Segurança da ONU pede imediata cessação de hostilidades em Gaza

Vitaly Churkin (e), embaixador da Rússia na ONU, conversa com jornalistas no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York - Stan Honda/AFP
Vitaly Churkin (e), embaixador da Rússia na ONU, conversa com jornalistas no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York Imagem: Stan Honda/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/07/2014 08h30

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pediu neste domingo (20) "a imediata cessação de hostilidades" na faixa de Gaza e expressou sua "séria preocupação" com a escalada da violência na região.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

A reunião foi convocada a pedido da Jordânia, que teria proposto um duro rascunho de resolução para consideração. Entretanto, membros do Conselho concordaram apenas em "elementos para a imprensa", o que segundo o correspondente da BBC na ONU, Nick Bryant, é a forma mais fraca de ação do Conselho de Segurança.

Em declaração lida aos jornalistas pelo presidente rotativo do Conselho, o ruandês Eugene Gasana, o órgão diz que os 15 países membros pedem um "retorno ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012" entre Israel e o Hamas.   

O conselho também agradece os esforços do Egito para que o movimento palestino Hamas e Israel alcancem um cessar-fogo, trabalho no qual está sendo apoiado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

A declaração foi dada a jornalistas após uma reunião de duas horas realizada a portas fechadas, em caráter de emergência na sede da ONU, em Nova York, para analisar a situação nessa região do Oriente Médio.

Segundo o texto, o conselho faz um apelo para "o respeito das leis humanitárias internacionais, incluindo a proteção dos civis", insistindo na necessidade de conseguir tréguas entre as duas partes por razões humanitárias.

Também expressa sua "séria preocupação" com o crescente número de vítimas e diz que o pedido para um cessar-fogo deve se basear nos convênios assinados em novembro de 2012 que permitiram a cessação de hostilidades em Gaza.

Desde o dia 8 de julho, mais de 500 palestinos já morreram, incluindo cerca de 100 crianças, e cerca de 3.000 ficaram feridos no conflito em Gaza. O número de mortos aumentou depois do massacre de Shejaiya, neste sábado, o dia mais sangrento.

São 13 os israelenses mortos nos conflitos até o momento. O governo de Israel desmentiu o sequestro de um soldado por parte do Hamas.

O ministro israelense da Defesa, Moshé Yaalon, no entanto, disse que a "operação continuará até que seja retomada a calma" no sul do país e não excluiu a convocação de mais reservistas "se for necessário".    

Yaalon disse que até o momento foram atingidos mais de 2.700 alvos na faixa de Gaza.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em entrevista à BBC Árabe que Shejaiya é "um reduto do terror" e serve de base de lançamento de foguetes contra Israel. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, por sua vez, chamou a ação em Shejaiya de "massacre". 

Moon no Oriente Médio

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon está de viagem pelo Oriente Médio a fim de impulsionar com líderes regionais um cessar-fogo, depois que neste domingo se viveu em Gaza o dia mais violento dos últimos dias, com mais de 60 palestinos e 13 soldados israelenses mortos.

Ban voltou a condenar a violência da ofensiva israelense contra Gaza e fez apelos para um cessar-fogo. Na capital do Catar, Doha, ele se reuniu com líderes palestinos e com autoridades do país. Depois desta etapa foi para o Kuwait para depois continuar com sua viagem ao Cairo, Jerusalém, Ramala e Amã. (Com agências internacionais)

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, é aguardado nesta segunda-feira no Cairo onde terá encontros para discutir o conflito.