Topo

Filha de Janene vai enviar documentos à CPI para provar que o pai está morto

O ex-deputado José Janene (PP-PR) - Folhapress
O ex-deputado José Janene (PP-PR) Imagem: Folhapress

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

21/05/2015 10h47

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou nesta quinta-feira (21) que Danielle Janene, filha do ex-deputado José Janene (PP-PR), vai enviar documentos que comprovam que ele morreu em decorrência de um infarto em 2010. 

Ontem, Motta defendeu que fosse realizada uma exumação do corpo para verificar se ele realmente estava morto, alegando que obteve informações de há suspeitas de que Janene estivesse vivo e morando na América Central. O presidente na CPI, no entanto, se recusou a informar quem lhe passou esta informação. Apenas disse que não tinha falado com a família até o momento. 

A sugestão de exumação causou polêmica entre os membros da CPI e indignação da família. A família disse que a suspeita era fantasiosa e desrespeitosa.

“Ela se comprometeu a enviar uns documentos que provam que o senhor Janene realmente faleceu. Nós já tínhamos decidido fazer um requerimento para exumação, ela me pediu que a gente aguardasse a chegada desses documentos antes de apreciar esse requerimento”, afirmou Motta.

O presidente da CPI disse que os membros da comissão irão analisar os documentos e poderão considerar o caso encerrado caso seja comprovado que Janene está morto.

Janene é apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, delatores da operação Lava Jato, como um dos políticos que atuaram no esquema de pagamento de propina envolvendo a estatal.

O ex-parlamentar morto em 2010 também foi denunciado por participação no esquema do mensalão, mas morreu antes de ser julgado. Ele foi acusado de receber R$ 4,1 milhões do "Valerioduto". O ex-parlamentar foi líder do PP na Câmara dos Deputados e respondeu a um processo por quebra de decoro parlamentar, mas foi absolvido pela Casa.

Após sua morte, a procuradoria extinguiu a denúncia contra ele. Janene responderia pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-parlamentar negava as acusações.

Janene morreu aos 54 anos em 14 de setembro de 2010 no InCor (Instituto do Coração) de São Paulo. Ele ficou internado por 40 dias depois de sofrer uma parada cardíaca durante uma cirurgia para ajustar o aparelho que usava para controlar os batimentos do coração.

O ex-deputado esperava por um transplante de coração. Em fevereiro daquele ano, havia sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Em 2007, ainda como deputado, conseguiu obter aposentadoria por invalidez em função de problemas cardíacos.