Blocos afro de BH celebram Carnaval negro no encontro Kandandu

A exuberância e a força dos blocos afro de Belo Horizonte atraem milhares de foliões ao Kandandu, encontro dos blocos de matriz africana realizado nesta sexta (1°) e sábado (2) no palco da Praça da Estação, centro da capital mineira, para abrir oficialmente a folia belo-horizontina. O nome é uma expressão africana que significa "abraço".
É tradição na capital mineira que o Carnaval seja aberto por um bloco afro. Na década de 1980, cabia abrir a folia ao Afoxé Ilê Odara, primeiro bloco afro de Minas Gerais, fundado por Oneida Maria da Silva Oliveira, a ialorixá mineira Mãe Gigi (1932-1988).
Com o renascimento do Carnaval de BH na última década, os blocos afro ganharam força e o encontro Kandandu é feito desde 2017, sempre na sexta-feira de Carnaval.
Este ano o encontro ganhou mais um dia de festa negra, com a programação estendida para o sábado, também na Praça da Estação, sempre com entrada gratuita.
Participam do Kandandu os blocos afro mineiros Afoxé Bandarerê, Angola Janga, Magia Negra, Fala Tambor, Samba da Meia-Noite, Timbaleiros do Gueto, Swing Safado, Afrodum, Kizomba e Bloco Oficina Tambolelê. A Corte Momesca do Carnaval de BH prestigiou a festa.
A importância cultural deste encontro foi reconhecida no ano passado pelo Ministério dos Direitos Humanos como "uma das principais ações de promoção da igualdade racial do país".
A homenagem foi feita também à Abafro-MG (Associação de Blocos Afro de Minas Gerais), que divide a construção e a articulação do Kandandu com a Prefeitura de Belo Horizonte.
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