Censura? PM proíbe grito político no bloco Tchanzinho Zona Norte em BH

A Polícia Militar (PM) proibiu manifestações políticas durante o desfile do Bloco Tchanzinho Zona Norte no Carnaval de Belo Horizonte. O bloco fez seu cortejo na região do bairro Jaraguá, na noite desta sexta (1°).
Segundo o bloco, seus integrantes foram ameaçados por agentes da PM que faziam a segurança do próprio desfile quando resolveram puxar um coro contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo relatos dos integrantes, um capitão da PM teria chegado a subir no trio para dizer aos músicos que não aceitaria gritos contra Bolsonaro nem pedindo a liberdade do ex-presidente Lula, a quem o policial teria chamado de "vagabundo condenado".
Diante da repreensão, o cantor do bloco, Marcos Sandália e Meia, discursou para a multidão: "O Tchanzinho respeita as minorias, que na verdade são a maioria. Somos um bloco que respeita a democracia. Todo mundo é bem-vindo, mas, se por acaso, não concordar, vai se incomodar porque vamos falar o bloco inteiro: Bolsonaro é o c... Lula livre". O músico ainda afirmou em seu discurso que "o Tchanzinho é um bloco politizado assim como o Carnaval de BH".
Marcos Sandália e Meia reiterou que os protestos continuariam, pois "o país ainda não está em uma ditadura".
Em entrevista à rádio Itatiaia, o porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Major Flávio Santiago, classificou como "positiva" a ação da PM de repreender manifestações políticas no bloco e que os puxadores de trios elétricos não podem incitar os foliões com manifestações políticas.
"A manifestação silenciosa vai acontecer. A pessoa vai com a sua bandeira, vai com a sua fantasia, às vezes, vai com pequenos grupos fazendo alguma brincadeira e tal, mas no momento em que isso é incentivado por (quem está) nos trios ou por blocos a gente tem problema", explicou o major.
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