Angola Janga pede fogo nos racistas e grita por Marielle em desfile em BH
Com o tema "Ouro Negro: Resistência do Povo É Beleza", o bloco afro Angola Janga, um dos maiores do Carnaval mineiro, fez um desfile que impactou o centro de Belo Horizonte no fim da tarde de ontem. O trajeto foi desde a esquina de rua São Paulo com avenida Amazonas até a região do Viaduto de Santa Tereza, próximo à praça da Estação, arrastando milhares de pessoas.
Com um grande corpo de baile de dança afro e uma competente bateria, o bloco celebrou ícones negros de ontem e hoje, como Pantera Negra, a Revolta dos Malês, Moa do Katendê, Marielle Franco, Dandara e Zumbi dos Palmares, entre outros.
A cantora baiana Luedji Luna foi lembrada com a música "Banho de Folhas", que foi cantada por Ana Hilário em ritmo de Carnaval. O cantor Sérgio Pererê também participou do desfile como convidado no alto do trio.
Primeiro bloco afro de Salvador, o Ilê Aiyê também foi reverenciado pelo irmão mineiro com a música "O Mais Belo dos Belos", cantada com energia pela vocalista Ana Roberto.
O verso "Fogo nos Racistas", do hit "Olho de Tigre" do mineiro Djonga, foi o que mais levantou o público do Angola Janga, que repetiu o verso à exaustão durante a passagem do bloco pela Praça 7 de Setembro, inundado pelas milhares de pessoas.
O tom político, habitual dos blocos no Carnaval de Belo Horizonte desde seu renascimento nesta última década e ainda mais forte este ano, se repetiu no desfile do Angola Janga, com palavras de ordem não só contra o racismo, mas também contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), vaiado pela multidão.
De volta ao bloco, após ausência no ano passado por estar hospitalizada, a rainha Cristal Lopez foi muito aplaudida no alto do trio do Angola Janga e fez questão de descer ao chão para desfilar perto do povo.
Outro momento de destaque foi quando a bailarina Junia Bertolino usou uma saia gigante rodada com palavras de ordem como "Poder para o povo negro". A performance foi fortemente aplaudida pelo público em êxtase com o batuque negro ancestral do Angola Janga.
Ao fim do cortejo, o bloco inteiro gritou: "Mariele, presente", lembrando a vereadora negra carioca Marielle Franco, cujo assassinato brutal completa um ano em 14 de março ainda sem culpados identificados e presos.
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