Movimentos ocupam Incra-AL e pedem que governo Lula tire indicado de Lira
Camponeses ligados a diversos movimentos sociais agrários ocuparam, na manhã de hoje, a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Alagoas.
O ato é um protesto contra a nomeação de Júnior Rodrigues do Nascimento como superintendente do Incra no estado, nome indicado mais uma vez pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). A ocupação é realizada por Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Terra Livre, Frente Nacional de Luta (FNL) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No último dia 16, os movimentos comemoraram a exoneração do cargo do primo de Arthur, César Lira, e fizeram até uma lavagem do órgão em Maceió. O primo do presidente da Câmara estava no órgão desde 2017, indicado no governo Temer por Lira.
Entretanto, se frustraram em seguida após o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, dizer em entrevista ao UOL News, no mesmo dia, que Lira teria prerrogativa de indicar o novo nome.
O novo superintendente foi nomeado na última quarta-feira, o que gerou uma nova crise —já que os movimentos defendem a indicação de um nome de servidor de carreira do Incra.
Segundo Carlos Lima, coordenador da CPT (Comissão Pastoral da Terra), a ocupação é uma "denúncia da quebra do compromisso que tinha o ministro Paulo Teixeira com Alagoas." "Não foi isso que nós conversamos com o ministro."
Ele disse que iria exonerar o César Lira e nomear para a superintendência um servidor de carreira, o José Ubiratã. E a gente ficou surpreso com a indicação do Arthur Lira, que continua no comando do Incra. Ele quebrou os compromissos com o estado, e nós não vamos aceitar!
Carlos Lima
Após pedido do UOL, o Incra informou apenas que a manifestação "não interferiu no expediente normal do órgão, tampouco no atendimento ao público."
O UOL também procurou Lira e o MDA para comentar sobre a ocupação, mas não teve resposta até o momento. O texto será atualizado se houver retorno.
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