Lula adia confronto com Lira e alivia tensões com Congresso
O colunista do UOL Kennedy Alencar afirmou durante o programa Análise da Notícia que o presidente Lula (PT) fugiu de um embate com presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante um café da manhã realizado com jornalistas hoje (23).
Lula avalia que ainda não está na hora de enfrentar Lira. Ele adiou o confronto e aliviou as tensões com o Congresso. Kennedy Alencar
No encontro, Lula buscou passar uma mensagem de otimismo com a economia, reforçando o lançamento do programa Acredita, que aconteceu ontem (22) no Palácio do Planalto, e evitou falar sobre Lira em um momento em que o governo tenta evitar novas derrotas no Congresso e impedir a votação de pautas-bomba.
Questionado sobre a relação com o presidente da Câmara, Lula disse que teve uma conversa com Lira no domingo (21), mas que não chegou a ser uma reunião, que deverá acontecer nos próximos dias.
Lula tentou esfriar as tensões com Arthur Lira. Ele vai ter uma reunião com Lira, líderes do governo na Câmara e auxiliares dele. Nessa conversa de domingo Lula tentou ver se Lira e Padilha podem voltar a conversar e pediu paciência a Lira. (...) Lula deixou de fora a briga com Lira e não quis hostilizar Lira, mas ao dizer que não fará uma reforma ministerial está bancando Padilha, que é um desafeto de Lira. Kennedy Alencar
Apesar de não entrar em um confronto direto com Lira, que ainda tem quase um ano de mandato como presidente da Câmara, Lula deverá causar uma divisão no chamado centrão, de acordo com Kennedy.
Lula não vai apoiar Elmar Nascimento, que é o candidato do Lira. Lá na frente ele vai usar um discurso de que o Planalto não se mete em disputa de eleição na Câmara e vai lavar as mãos em relação ao Elmar Nascimento, mas fará alguma composição com setores do centrão e isso vai rachar o centrão. Isso está na cabeça do Lula mas não dá para comprar essa briga com o Lira agora. Ele quer diminuir as pautas-bomba no Congresso e Lira prometeu que iria ajudar a não votar em algumas coisas que tivessem impacto do ponto de vista fiscal. Kennedy Alencar
Durante o encontro com jornalistas, Lula também evitou falar sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tentou focar em questões econômicas, criticando a imprensa pela pequena repercussão em torno do programa Acredita. O colunista do UOL, por sua vez, avaliou que apesar da importância do programa, Lula errou ao dizer que Haddad deveria ler menos livros e que Alckmin deveria ser mais ágil.
Ontem era para Lula ter focado na questão econômica, mas no meio do discurso ele fala que Haddad deveria ler menos livros e que Alckmin deveria ser mais ágil. Lula deu pretexto para uma imprensa que busca caça-cliques e esse puxão de orelha no Alckmin e Haddad vale muito mais para ser destacado do que o programa. O jornalismo e a comunicação de massa viraram isso, então Lula tem que entender isso. (...) dessa vez ele também evitou falar sobre Bolsonaro e evitou produzir engajamento para Bolsonaro. Ele não usou o nome de Bolsonaro e fugiu disso. Kennedy Alencar
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