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Violência deixa mais de 1.800 alunos sem aulas na Maré, no Rio, pelo 3º dia

Fundadora da ONG Uerê Maré, Yvonne Bezerra de Mello fotografou crianças deitadas no chão da sala de aula de uma escola durante operação da PM - Divulgação/Facebook/Yvonne Bezerra de Mello
Fundadora da ONG Uerê Maré, Yvonne Bezerra de Mello fotografou crianças deitadas no chão da sala de aula de uma escola durante operação da PM Imagem: Divulgação/Facebook/Yvonne Bezerra de Mello

Do UOL, no Rio

31/10/2013 12h23Atualizada em 31/10/2013 14h23

A violência no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, deixou 1.837 estudantes de duas escolas sem aulas na manhã desta quinta-feira (31), pelo terceiro dia consecutivo, segundo a Secretaria Municipal de Educação. A Polícia Militar vai reforçar o patrulhamento nas favelas para pôr fim a uma guerra entre traficantes de facções rivais iniciada nesta semana.

Segundo a secretaria estadual, as aulas ocorreram normalmente no Ciesp (Centro de Instrução Especializada) Cesar Pernetta. A Polícia Militar informou que não há operações acontecendo na comunidade. Segundo a corporação, "o 22º BPM (Maré) não foi procurado por representantes de nenhuma das escolas para denúncias de qualquer natureza".

Na terça (29) e na quarta (30), mais de 2.000 alunos da rede municipal tiveram as aulas suspensas –o calendário deveria ter sido retomado no início da semana, após o fim da greve de professores.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o conteúdo perdido será reposto. A Polícia Militar informou que as ações da corporação são previamente planejadas com base em informações do serviço reservado e que acontecem fora do horário escolar. Não há registro de mortos ou feridos nos confrontos entre traficantes no Complexo da Maré.

Cidades onde as pessoas se sentem mais seguras

Sidney, Austrália
Genebra, Suíça
Viena, Áustria
Toronto, Canadá
Londres, Reino Unido
46ªIstambul, Turquia
47ªRio de Janeiro, Brasil
48ªMumbai, Índia
49ªCairo, Egito
50ªCidade do México
  • Fonte: GFK

Sem UPP

No começo do mês, o governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciou que o complexo de favelas da Maré deve receber uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) até o primeiro semestre de 2014. Em agosto, o comandante da Polícia Militar do Rio, coronel José Luís Castro Menezes, avaliou que serão necessários 1.500 policiais na operação do complexo, que reúne 16 favelas.

A UPP da Maré havia sido anunciada pelo próprio governador em julho como a próxima a ser instalada no Estado. Ele havia feito o anúncio ao comentar operação policial que terminou com a morte de dez pessoas na favela Nova Holanda, mas as 12 favelas do Complexo do Lins de Vasconcelos, ambém na zona norte, acabaram sendo ocupadas primeiro.

Foi no Complexo da Maré que dez pessoas morreram durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) em julho. Formado por 15 comunidades com 130 mil moradores, o Complexo da Maré é dominado por duas facções de traficantes de drogas e uma milícia.

Cortado pelas três principais vias expressas do Rio (avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela), o conjunto de favelas é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar para o centro, a zona sul ou à Barra da Tijuca, na zona oeste.

Aumento em casos de homicídio

Levantamento do ISP (Instituto de Segurança Pública) divulgado na quarta-feira (30) aponta que o número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) no Estado do Rio teve aumento 38% em agosto, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Foram registrados 406 casos em 2013 ante 294 em 2012.

A Polícia Militar informou em nota que o aumento no número de ocorrências criminais no Estado ocorreu "em áreas onde PMs foram deslocados para atuar em manifestações que terminaram em violência". "O patrulhamento ostensivo acabou sendo prejudicado", diz o texto. (Com Agência Brasil)