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Bombeiros acham novos ossos humanos em prédio que desabou; 2ª vítima é identificada

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

11/05/2018 16h28Atualizada em 11/05/2018 20h44

Equipes do Corpo de Bombeiros localizaram na tarde desta sexta-feira (11) novos fragmentos de ossos humanos nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, região central de São Paulo. Além disso, nesta tarde, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo confirmou a identificação da segunda vítima no desabamento.

O morador identificado nesta sexta é Francisco Lemos Dantas, 56. ”[O corpo de] Dantas estava entre os remanescentes humanos encontrados na última quarta-feira (9). Além dele, já foi reconhecido Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro. Seis pessoas ainda são consideradas desaparecidas”, diz trecho da nota da SSP. A possibilidade de Dantas estar entre os escombros foi notificada por sua ex-cunhada na última quarta-feira.

Francisco Lemos Dantas, 56, morto no desabamento de prédio em SP - Reprodução/Band - Reprodução/Band
Francisco Lemos Dantas, 56, morto no desabamento
Imagem: Reprodução/Band
A estimativa da corporação é que os trabalhos de escavação terminem entre domingo (13) e segunda (14). Também hoje, aumentou para sete o número de desaparecidos na tragédia.

De acordo com o porta-voz dos bombeiros, tenente Guilherme Derrite, pedaços de ossos semelhantes aos de um fêmur de adulto foram localizados por volta das 14h.

Conforme o tenente, médicos legistas do Instituto de Criminalística identificaram as partes ósseas encontradas como as de um fêmur de adulto, mas tanto a identificação quanto a confirmação de que não pertencem a uma criança dependem de análise no IML (Instituto Médico Legal).

“A busca por vítimas só termina quando as equipes chegarem ao chão do segundo subsolo”, disse o porta-voz, citando que os bombeiros atuam neste momento no primeiro subsolo da edificação. O segundo subsolo tem entre 2,8 m e 3 m de pé direito.

Por volta de 17h, os bombeiros localizaram um bolsão de ar de cerca de 8 metros quadrados por 2 metros quadrados de altura em meio aos escombros. Foi feita a medição de temperatura local e ela constatou 35 °C. “Essa cavidade pode acondicionar pessoas, vítimas; estamos fazendo a retirada da parte de cima para efetuar a busca no interior desse bolsão”, disse Derrite.

“Prosseguimos com a retirada seletiva de escombros observando anormalidades para interromper os trabalhos com as máquinas”, explicou Derrite. “O local de encontro do fêmur é distinto dos demais”, completou.

Essa foi a terceira vez em que os bombeiros localizaram restos de ossos humanos nos escombros do edifício. Com localização do corpo de Ricardo Galvão Pinheiro, 38, na sexta passada (4), e com a informação da Secretaria de Segurança Pública de que os ossos desta semana pertencem a adultos e duas crianças, os bombeiros não descartam que material de seis vítimas já tenha sido resgatado. Entretanto, apenas a comparação com material genético de familiares é que afirmará se as partes de ossos pertencem a uma mesma vítima ou se são de diferentes pessoas.

Catador de recicláveis está desaparecido

Os bombeiros também confirmaram nesta sexta a inclusão de um novo nome de morador do edifício na lista de pessoas desaparecidas. Agora, há duas vítimas identificadas e outras seis pessoas oficialmente desaparecidas.

A última notificação de desaparecimento foi feita hoje. Familiares do catador de materiais recicláveis Gentil Rocha de Sousa, 54, compareceram ao 3º Distrito Policial para registrar seu desaparecimento. De acordo com eles, Souza não deu mais notícias desde o desabamento.

Além dele, são procurados também uma mãe com os filhos gêmeos de 10 anos e um casal. O Corpo de Bombeiros ainda não descarta a possibilidade de sobreviventes, embora os bolsões de ar encontrados com mais frequência no início da semana tenham se tornado mais raros desde quarta (9).

Derrite explicou que, embora as buscas caminhem para a reta final, é possível que lajes ou outras estruturas, mesmo no subsolo, sirvam de proteção para eventuais sobreviventes. A hipótese, no entanto, é considerada remota dada a condição em que os restos mortais foram encontrados ao longo da semana.