Aos poucos, moradores voltam a ocupar comércio e ruas de Brumadinho
Ainda que o impacto físico e psicológico do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) possa ser sentido e notado pelas ruas da cidade de 40 mil habitantes, pouco a pouco, os moradores tentam retomar a rotina.
No último domingo (3) à noite, famílias caminhavam para igrejas, e os cultos tinham quase todos os assentos ocupados.
Do lado de fora, orações e cânticos compunham a trilha sonora da Brumadinho que ensaia o retorno à normalidade.
Não muito longe dali, amigos se reuniam em bares e hamburguerias da cidade. Embora não estivessem lotados, já davam um ânimo maior às ruas que, dias atrás, estavam desertas neste mesmo horário, segundo os próprios moradores relatam.
Na primeira semana após a tragédia, que ocorreu em 25 de janeiro, uma sexta-feira, Brumadinho viveu um toque de recolher informal imposto pela tristeza e angústia. Numa cidade que se sustenta da mineração e do turismo, praticamente todos conhecem alguém que foi afetado pelo desastre.
"Nessa semana passada estava tudo parado. Você não via ninguém na rua de noite. Tudo vazio. A partir desse final de semana deu pra perceber que as coisas estão começando a voltar ao normal, digamos. As pessoas estão começando a sair de casa. Tem um pessoal no comércio", disse o garçom Kleiton Edson.
Em um restaurante às margens da estrada que dá acesso à cidade, o horário de atendimento foi estendido no domingo à noite. O horário de fechamento era às 17h, mas o buffet de comida mineira feita no fogão à lenha ficou até à noite para atender brigadistas, jornalistas e outros enviados à cidade devido à tragédia.
Durante o dia, helicópteros envolvidos no resgate de corpos de vítimas continuam sobrevoando a região até quando a luz do Sol permite. Carros e agentes da Polícia Civil de Minas Gerais tomam conta do trânsito perto de vias interditadas pela lama.
E em meio a esse cenário alterado, os moradores voltam a ocupar as ruas, ainda que em menor intensidade.
Na manhã desta segunda-feira, Brumadinho tinha crianças brincando em parquinhos, passageiros esperando ônibus nos pontos, e motoboys esperando entregas para sair.
Apesar de a clientela estar voltando às calçadas do centro comercial, a funcionária de uma loja de calçados Roberta Silva afirmou que o fluxo já foi maior.
"Está menos ruim, a rua aqui ficava cheia. Chegava a ter engarrafamento. A gente percebe que a cidade ainda está bem fraca. Muitos ainda ficaram com dificuldade de se locomover aqui pro comércio por causa de estrada interditada", disse.
Funcionário de uma distribuidora de bebidas no centro de Brumadinho, Luís Henrique relatou que, logo após o rompimento, diversos clientes cancelaram produtos reservados, como barris de chope, e suprimentos para festas em sítios ao redor da cidade. Não havia mais clima para celebrações.
Do último sábado para cá, Luís disse que o movimento vem dando fracos sinais de retomada.
"Infelizmente, a gente não pode parar a vida por causa de uma coisa dessa. Aos poucos, todo mundo vai retornando ao serviço, à vida normal, devagar", disse.
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