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Tragédia em Brumadinho

Polícia de MG vai pedir prorrogação de investigação sobre Brumadinho

Funcionário da Vale é preso em Belo Horizonte em investigação sobre tragédia - UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
Funcionário da Vale é preso em Belo Horizonte em investigação sobre tragédia Imagem: UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/02/2019 16h11Atualizada em 27/02/2019 19h13

A Polícia Civil de Minas Gerais vai pedir a prorrogação do prazo para concluir o inquérito que investiga as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (27) pelo chefe da Dema (Departamento de Meio Ambiente) da Polícia Civil mineira, Bruno Tasca. Segundo ele, depoimentos e perícias ainda precisam ser finalizados antes da conclusão do inquérito. O pedido de prorrogação será por mais 30 dias.

Na última segunda-feira, o rompimento da barragem B1 da mina do Córrego do Feijão completou um mês. Desde então, as autoridades já contabilizaram 180 mortos e 130 desaparecidos. O prazo inicial para a conclusão do inquérito que apura o caso venceu ontem e, segundo Tasca, é provável que a Justiça conceda o pedido de renovação.

Somente depois da conclusão do inquérito é que o MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) poderá apresentar uma denúncia contra os suspeitos de serem os responsáveis pelo rompimento da barragem. 

"Este é um caso extremamente complexo e que vem demandando muitos depoimentos e perícias. Não temos como concluir essa investigação sem ouvir mais pessoas e sem termos em mãos os laudos das perícias que solicitamos", disse o delegado.

Desde o rompimento, a Polícia Civil de Minas Gerais já prendeu pelo menos 11 pessoas entre funcionários da Vale e da empresa de consultoria em segurança de barragens Tüv Süd.

Os principais objetivos da investigação são descobrir se a Vale tinha informações sobre problemas estruturais na barragem, se a empresa responsável por atestar a estabilidade da represa emitiu o documento mesmo sem que a barragem estivesse em condições satisfatórias e as causas objetivas do seu rompimento.

Desde o início das investigações, documentos e depoimentos prestados por pessoas que atuaram na barragem apontam para a tese de que a Vale foi informada com antecedência sobre a ocorrência de falhas na estrutura que se rompeu e que essas falhas não foram reportadas para as autoridades competentes.

Ontem, o jornal Folha de S. Paulo publicou que gerentes da Vale disseram, em depoimento, que integrantes da diretoria executiva da companhia haviam sido informados sobre as falhas na barragem.

Em nota, a Vale declarou que a diretoria da companhia está "colaborando com as autoridades para esclarecer as causas do rompimento". A nota disse ainda que os depoimentos dos funcionários não indicam que a Vale soubesse previamente de um cenário de risco iminente de ruptura da barragem. 

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