Após atos de violência, Doria anuncia treinamento para PM: não é aceitável
Diante de vários episódios recentes de violência praticada por policiais militares contra a população, incluindo pessoas rendidas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje um programa para retreinar os integrantes da corporação. O objetivo é reorientar a tropa e evitar a repetição dos flagrantes.
"Para que possamos retreinar todo o comando das tropas, para evitar e mostrar que esse 1% dos maus policiais, que insistem em usar a violência desnecessária contra a população, que isso não é aceitável", disse Doria.
Secretário executivo da Polícia Militar, coronel Camilo disse que a ideia é que o novo treinamento chegue aos policiais que atuam nas ruas em até 20 dias. Primeiro, serão chamados os coronéis e depois as patentes menores na estrutura da PM.
"Vamos retreinar todos os policiais, a começar pelo comando. Serão reunidos majores, capitães. A ideia é que em 20 dias chegue na ponta da linha, para que todos lembrem o que aprenderam na escola. A linha é proteger, salvar, fazer o bem", disse.
O coronel Camilo explicou que o objetivo é relembrar a tropa que a missão é proteger as pessoas e tratar a população como gostaria de ser tratado. Ele alegou que os próprios policiais militares são contra agredir a população e que recebeu uma série de mensagens condenando as atitudes.
O secretário-executivo da PM ainda falou que muitas pessoas interpelam o comando da corporação como se os atos fossem aceitos na tropa.
O tema da segurança pública ganhou espaço nas últimas entrevistas coletivas, cujo assunto principal são as ações do governo estadual contra a pandemia de covid-19. A presença do Secretário de Segurança Pública, general João Campos, atualmente afastado por ter contraído da doença, se tornou recorrente para falar sobre os atos de violência policial.
Nas últimas semanas, excessos cometidos por policiais militares foram flagrados em São Paulo. Ontem, um policial militar deixou um homem desacordado após uma abordagem violenta na comunidade de Jardim Ariston, localizada na cidade de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.
Alguns dias antes, policiais militares foram flagrados agredindo, com socos, chutes e cassetetes, um jovem que estava rendido e que, ao tentar se defender, dizia ser trabalhador e que estava na casa da namorada.
Violência policial em série em SP
As promessas de apurações rígidas e críticas da cúpula da segurança do estado ocorreram após uma série de casos de violência policial ter sido registrada no Estado.
O primeiro caso ocorreu em Barueri, quando um homem rendido foi agredido por policiais militares. Vizinhos que tentaram proteger a vítima também foram atacados pelos PMs, que foram afastados.
Depois, na zona norte de São Paulo, mais policiais militares agrediram um jovem que afirmava estar na casa da namorada. Os PMs pertenciam ao 43º batalhão, do bairro do Jaçanã, e também foram afastados.
Além da vítima flagrada sendo agredida no Jaçanã, pelo menos outras duas pessoas acusaram os mesmos policiais de as terem torturado, com agressões físicas e com queimaduras.
Durante manifestações na avenida Paulista, um policial militar sem identificação na farda empurrou um repórter do UOL pelas costas para atrapalhar uma gravação. Em nota, a PM prometeu tomar as medidas cabíveis.
Veio a público, ainda, uma ação da PM em 6 de junho que mostrou, em vídeo, policiais militares atropelando e chutando a cabeça de um motoqueiro rendido depois de uma perseguição.
Mais recentemente, o jovem negro Guilherme Silva Guedes, 15, foi sequestrado, torturado e morto na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito de ter cometido o crime é um sargento da PM, que já está preso.
O último caso recente de violência policial em São Paulo, até esta publicação, é de um flagrante de um PM sufocando um suspeito em Carapicuíba. O homem chegou a ficar desacordado. A PM afastou todos os policiais flagrados em todas essas ações.
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