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Caso Heloísa: Tia relata ida de 28 agentes da PRF a hospital, diz TV

Uma tia de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morta após ser baleada durante ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), disse que mais de 20 agentes da corporação estiveram no hospital no qual a garota ficou internada.

O que aconteceu:

A informação consta no pedido de prisão dos policiais rodoviários envolvidos no crime, que o MPF enviou à Justiça, e a GloboNews teve acesso.

A familiar relatou a visita de 28 agentes da Polícia Rodoviária Federal à unidade de saúde na qual a menina ficou internada no CTI. Em depoimento ao Ministério Público Federal, a tia disse também que um desses policiais a intimidou, mostrando um projétil do fuzil que teria sido utilizado no crime.

Segundo a tia de Heloísa, um dos agentes também mexeu no carro atingido pelos tiros.

O MPF pediu que todas as armas, inclusive as pistolas, que estavam com os policiais durante a abordagem do carro da família de Heloísa passem por perícia. Além disso, uma nova perícia será realizada no veículo.

Heloísa precisou passar por cirurgia, ficou nove dias internada em "estado gravíssimo" no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O tiro acertou a cabeça e a coluna da criança, que morreu por "lesão transfixante de encéfalo por projétil de arma de fogo", segundo apontou o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte de Heloísa.

A PRF afirmou que enviou agentes ao hospital para "apoio, ante a comoção popular e a possibilidade de agressão aos policiais envolvidos na ocorrência". Segundo a corporação, "viaturas operacionais" estiveram no hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes na noite da ocorrência.

"No mais, informamos que eventuais condutas individuais de servidores farão parte de investigação interna que será devidamente compartilhada com o órgão responsável pela investigação criminal", finaliza a nota da PRF.

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O caso

Família passava de carro com a família no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, Baixada Fluminense
Família passava de carro com a família no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, Baixada Fluminense Imagem: Reprodução/ONG Rio de Paz

Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.

O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.

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