A corrida pela Prefeitura de São Paulo em 8 momentos
A chegada até o primeiro turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo ganhou novos momentos marcantes com a pandemia do novo coronavírus. Com restrições sanitárias às campanhas tradicionais, aglomerações e partidas de videogame viraram notícia, assim como atos falhos de candidatos.
Veja momentos emblemáticos dos quatro principais candidatos à Prefeitura da capital paulista, segundo as pesquisas de intenção de voto mais recentes. São eles: Guilherme Boulos (PSOL), Bruno Covas (PSDB), Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos), que aparecem em ordem alfabética de acordo com seus sobrenomes.
Boulos e a aglomeração em evento de campanha
Um evento da campanha de Boulos realizado no dia 1º de novembro no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, gerou aglomeração e chamou a atenção do MPE (Ministério Público Eleitoral).
Batizado de Mutirão Vira Voto, o evento contou com um palco, onde Boulos e outros parlamentares do PSOL discursaram a apoiadores. Em meio à pandemia de covid-19, centenas de pessoas se aglomeraram no local, desrespeitando as medidas de distanciamento social.
É desaconselhável a realização de atos de campanha presenciais que gerem aglomeração de pessoas, por ocasionar incremento de riscos."
Trecho da recomendação do MPE à campanha de Boulos
Após o evento, Boulos disse que o evento era apenas para distribuição de material de campanha, mas que mais pessoas do que o esperado foram ao local. Em nota, a campanha disse que "recebeu as recomendações e se compromete a redobrar esforços para evitar aglomerações".
Boulos em partida de Among Us
Mirando no eleitorado gamer, Boulos participou de uma partida com transmissão ao vivo de Among Us, jogo que virou febre entre os jovens na internet.
Boulos jogou com influencers no dia 14 de outubro. Ele se dedicou ao game por mais de uma hora e destacou a ajuda das filhas Laura, 10, e Sofia, 9. Ao longo da transmissão, ele também respondeu perguntas e falou de propostas da sua candidatura para a Prefeitura de São Paulo.
Covas e o ato falho sobre apoio de Doria
O atual prefeito Bruno Covas cometeu uma gafe ao comentar a ausência do governador João Doria (PSDB) em sua campanha.
Não tenho nenhum problema em esconder o apoio do governador João Doria, mas o candidato sou eu."
Bruno Covas durante sabatina realizada em conjunto por UOL e Folha
Doria amarga forte rejeição do eleitor na capital paulista e, por isso, nem sequer apareceu na campanha de Covas. Questionado ao longo da corrida, o atual prefeito optou por repetir o discurso de que tem o apoio de Doria e que seria "estranho" o governador deixar de lado seus afazeres para focar na campanha de prefeito de São Paulo.
Material de campanha de Covas sem destaques para o PSDB
Em seu material de divulgação de campanha, Covas optou por não dar destaque ao próprio partido, o PSDB, e nem ao tradicional mascote da sigla, o tucano.
O PSDB apareceu nos materiais de Covas apenas em letras miúdas, junto aos demais partidos que formam a coligação da candidatura do atual prefeito. Ao longo da campanha, Covas utilizou o bordão "força, foco e fé" e um símbolo que se assemelha a um coração.
França e a distorção de pesquisas
No fim de outubro, a Justiça concedeu três liminares contra França, em um período de 72 horas, por temas relacionados a pesquisas de intenção de votos. Em uma delas, a Justiça entendeu ter havido, por parte de França, a exposição incorreta dos resultados de uma pesquisa e ordenou que o candidato retirasse uma postagem de suas redes sociais.
O pedido foi apresentado à Justiça Eleitoral pelo PSDB. O partido argumentou que, ao somar a parcela de eleitores que disse ter certeza que votaria em França e aqueles que consideravam esta possibilidade, o candidato do PSB saltou artificialmente do quarto para o segundo lugar.
Toda a vez que eu começo a crescer eles começam a entrar com ação."
Márcio França (PSB)
França negou ter havido distorção e afirmou ter usado um dado público, disponibilizado no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
França e o apoio a Toninho do Diabo
O candidato do PSB viralizou nas redes ao aparecer em um vídeo de apoio a Antônio Aparecido Firmino, conhecido como Toninho do Diabo. Firmino se lançou candidato a vereador pelo Solidariedade, um dos partidos que fazem parte da coligação de França.
E [para] você que fica mandando os vereadores irem para o inferno, você já tem aqui o nome: Toninho do Diabo."
Márcio França
França classifica o aliado como ator e diz que ele faz do ofício de artista o seu "ganha-pão".
Russomanno e os moradores de rua
Ao participar de um encontro na Associação Comercial de São Paulo, em outubro, Russomanno afirmou que moradores de rua e usuários de droga da região da Cracolândia podem ser mais "resistentes" à covid-19 por não tomarem banho.
Talvez eles sejam mais resistentes que a gente porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho todo o dia."
Celso Russomanno
A declaração não tem respaldo científico e foi alvo de críticas por parte de especialistas e também dos seus adversários na corrida pela Prefeitura. Ele, então, alegou que a fala foi tirada de contexto.
Russomanno e a fake news contra Boulos
Russomanno protagonizou o momento mais tenso do debate realizado em conjunto por UOL e Folha de S. Paulo, quando acusou Boulos de ter usado supostas empresas fantasma em sua campanha.
A acusação foi feita por Russomanno com base em um vídeo publicado pelo blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, um dos principais investigados no inquérito das fake news.
Há indícios de que a ação foi orquestrada para fazer uma "pegadinha" contra Boulos, já que o vídeo em que Eustáquio apresenta a denúncia das supostas empresas fantasma foi publicado durante o debate, realizado e transmitido ao vivo.
A Justiça Eleitoral já determinou que o Google retire do ar o vídeo publicado por Eustáquio por se tratar de material que "não encontra lastro nem sequer em indícios", isto é, de conteúdo "sabidamente inverídico".
Após perder na Justiça, Russomanno voltou a investir na acusação e defendeu Eustáquio.
Eu queria dizer que desqualificar a fonte não impede a irregularidade. É o mesmo que colocar a culpa no termômetro pela febre que a pessoa tem."
Celso Russomanno
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