Bolsonaro, Lula, Dilma, Temer: quem vai para a posse de Moraes no TSE
O ministro Alexandre de Moraes toma posse hoje (16) como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), às 19h, em Brasília. Além do presidente Jair Bolsonaro (PL), estão com presença confirmada os ex-presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano, Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT).
Moraes assume o lugar do ministro Edson Fachin, também do STF (Supremo Tribunal Federal), e ficará responsável por liderar a Corte Eleitoral durante corrida eleitoral, em meio à escalada de ataques infundados contra a segurança das urnas eletrônicas. O ministro Ricardo Lewandowski será o vice-presidente. Ambos foram eleitos para os cargos em 14 de junho e terão mandato de dois anos.
Nos últimos meses, Moraes tem sido alvo de duras críticas de Bolsonaro, que já pediu o impeachment do ministro, e de aliados do presidente.
Moraes é relator do inquérito das fake news no Supremo, que investiga a divulgação de notícias falsas contra a Corte, no qual Bolsonaro e outros políticos próximos ao Palácio do Planalto são investigados.
Cara a cara. Rivais de longa data, Bolsonaro e Lula terão seu primeiro encontro público nesta noite. Hoje líder nas pesquisas de intenção de voto, o petista já esteve em pré-campanha em Salvador no mesmo dia que Bolsonaro no mês passado, mas esta será a primeira vez podem ficar frente à frente pessoalmente
A expectativa, porém, é que ambos mantenham distância no local da cerimônia. Como chefe do Executivo, Bolsonaro ocupará a mesa de autoridades, ao lado de Moraes e dos outros ministros da corte. Lula permanecerá no plenário, juntamente com os outros ex-presidentes presentes.
Dilma e Temer, climão? Diferentemente de Bolsonaro e Lula, o emedebista e a petista correm o risco de serem obrigados a sentar próximo um do outro na plateia. A relação entre a então presidente e seu vice se deteriorou durante o processo de impeachment da petista. Temer é apontado como um dos articuladores da queda de Dilma, tendo assumido a sua cadeira em 2016.
No mês passado, a petista chamou seu sucessor, de quem vinha se mantendo distanciada, de "golpista" e "traidor". A declaração foi uma resposta à entrevista de Temer ao UOL, na qual ele atribuiu o impeachment de Dilma dificuldades de relacionamento com o Congresso.
Temer, Moraes e Alckmin. Quando esteve à frente do Planalto, o emedebista nomeou Alexandre Moraes como ministro da Justiça e, posteriormente, em fevereiro 2017, o indicou como ministro do STF, na vaga de Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro daquele ano.
Ex-promotor de Justiça em São Paulo, Moraes foi filiado ao PSDB e ocupou cargos nos governos do tucano Geraldo Alckmin, hoje vice de Lula na chapa presidencial.
Sarney vai à posse; FHC, não. O ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB) também confirmou presença na solenidade desta noite. Já o tucano Fernando Henrique Cardoso não participará. Segundo sua assessoria de imprensa, ele ficará em São Paulo onde se recupera de uma cirurgia no fêmur feita há alguns meses.
O senador Fernando Collor (PTB), que renunciou em 1992 para evitar o impeachment, também é esperado.
Tanto Bolsonaro, a quem o convite para o evento foi entregue em mãos na semana passada, como os ex-presidentes foram convidados por Moraes.
É comum ex-presidentes participarem da troca de comando no TSE? Sim. A posse do ministro Luis Roberto Barroso como presidente da Corte, em maio de 2020, foi fechada devido ao isolamento na pandemia da covid-19. Mas a solenidade de posse de Rosa Weber ao cargo, em 2018, por exemplo, teve a presença de Sarney.
Quais outras autoridades vão à posse hoje? Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), irão ao evento. É esperada ainda a presença de ao menos 21 governadores e também de prefeitos e parlamentares.
Outros presidenciáveis estarão presentes? O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB) também vão à solenidade.
Dia cheio antes do grande encontro. Nesta terça, que marca o início da campanha eleitoral de 2022, os dois principais candidatos à Presidência têm agenda em outras cidades antes de se dirigirem a Brasília. Acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro o presidente foi a Juiz de Fora (MG), local onde sofreu um atentado a faca na campanha de 2018. Já Lula visita duas fábricas na Grande São Paulo.
Moraes, alvo e algoz. Moraes é relator de inquéritos no STF que tem Bolsonaro, os filhos e aliados como alvo de investigação. Ele também foi relator da ação em que o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) foi condenado à prisão. Após a decisão do Supremo, Bolsonaro concedeu perdão ao parlamentar e criticou a Corte.
Em maio deste ano, Bolsonaro acionou o STF contra Moraes por suposto abuso de autoridade. O presidente questiona a inclusão de seu nome no inquérito das fake news e nega ter cometido crime ao levantar suspeita de fraudade nas urnas numa transmissão ao vivo.
O presidente também já chegou a chamar Moraes de "canalha", durante ato de viés golpista do qual participou no feriado de 7 setembro do ano passado,
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