Deputado que tentou intimidar Vera Magalhães na TV é derrotado nas eleições
O deputado estadual Douglas Garcia, de 28 anos, fracassou na tentativa de se eleger para a Câmara dos Deputados nas eleições 2022. Apoiador do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PL), ele ficou conhecido há pouco mais de duas semanas por tentar intimidar a jornalista Vera Magalhães, de 49, durante um debate na TV Cultura.
Com 100% das urnas apuradas em São Paulo, o parlamentar bolsonarista conseguiu apenas 24.549 votos e não irá ter a chance de assumir o cargo de deputado federal.
Criticado por bolsonaristas por tentar intimidar Vera Magalhães, Diego Costa corre o risco de ter o atual mandato cassado pela Alesp por conta da atitude abrupta contra a jornalista.
A punição, inclusive, pode impedir o apoiador de Bolsonaro a tentar concorrer nas eleições de 2024 e 2026.
Entenda o caso
No dia 13 de setembro, o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), candidato a deputado federal nestas eleições, foi expulso do debate realizado pelo UOL em parceira com a Folha de S.Paulo e a TV Cultura após intimidar a jornalista Vera Magalhães, que participou do evento.
Com celular em punho, o deputado, que fazia parte da comitiva do ex-ministro e candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi para cima da apresentadora afirmando que ela é "uma vergonha para o jornalismo" e questionando o valor do seu contrato de trabalho.
O ataque ocorreu poucos minutos após o debate ser encerrado. Garcia assistia ao evento na plateia ao lado direito e desceu do local para confrontar a jornalista. O apresentador Leão Serva, que mediava o debate, intercedeu e retirou o celular da mão do deputado, que começou a gritar "jonazistas", enquanto era retirado pelos seguranças.
"Há centenas de testemunhas. Usou o convite no estafe de Tarcísio de Freitas no debate apenas para vir mentir e me acossar e ameaçar", escreveu Vera no Twitter.
Outras polêmicas de Douglas Garcia
Esta não é a primeira vez que o candidato aparece envolvido em polêmicas. Contra a jornalista Vera Magalhães, seu embate começou em 2020, quando o deputado disse acreditar que a jornalista recebia para falar mal do governo de Bolsonaro, defendido por ele.
Em 2018, durante o Carnaval, o deputado criou um bloco chamado "Os Porões do Dops", fazendo uma referência ao coronel Ustra, conhecido como um dos atuantes da repreensão política durante a Ditadura Militar e chefe do DOI-Codi, que culminou na morte do também jornalista Vladimir Herzog.
Já no ano de 2019, o candidato declarou que "na direita existem mais gays do que na esquerda". Ele se assumiu gay em abril do mesmo ano, o que não o impediu de dar declarações transfóbicas, como no episódio em que ofendeu indiretamente, durante Assembleia, a deputada trans Erica Malunguinho, do PSOL.
"Se por acaso dentro do banheiro uma mulher, em que a minha irmã ou a minha mãe, estiver utilizando, e entrar um homem que se sente mulher, ou que pode ter alegando o que ele quiser e colocado o que quiser, porém eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa e depois chamar a polícia para ir levar", disse.
No ano seguinte, Douglas foi condenado a pagar uma indenização de R$ 20 mil a uma mulher, que foi citada em documento produzido por ele, com dados pessoais de opositores do governo federal.
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