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Polícia invade apartamento de suposto atirador francês; suspeito está morto

Do UOL, em São Paulo

22/03/2012 07h36

A polícia francesa confirmou a morte de Mohammed Merah, o suspeito de ter matado quatro pessoas no massacre em uma escola judaica na França na última segunda (19). Policiais da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, invadiram na manhã desta quinta-feira (22) o apartamento onde Merah morava.

O ministro do Interior francês, Claude Gueant, deu informações à imprensa logo após a ação da polícia. De acordo com ele, Merah se escondeu no banheiro do apartamento e abriu fogo contra os policiais que tentavam entrar no cômodo para saber se o suspeito ainda estava vivo. Merah teria então pulado pela janela, ainda atirando, e foi encontrado morto no chão, do lado de fora.

Segundo informações preliminares, três policiais se feriram na ação, um deles gravemente.

Assista à ação da polícia francesa em frente à casa do suspeito

Em nota oficial, o presidente francês Nicolas Sarkozy cumprimentou os policiais envolvidos na operação.

O suposto atirador é francês de origem argelina. Segundo Claude Guéant, o suspeito teria dito que aceitou “uma missão geral para cometer um atentado”. Ele teria se recusado a realizar um ataque suicida antes de aceitar a missão da Al Qaeda, de acordo com as declarações do ministro a uma rede de TV francesa.

Cerco

Por várias vezes durante o cerco, que durou 32 horas, Merah prometeu se entregar, mas não o fez. "Ele disse que não queria se entregar e que mataria os policiais se fosse atacado", disse Gueant à imprensa. Diante disso, a polícia tomou a decisão de invadir a casa às 10h30, na hora local. Por volta das 11h30, ouviu-se do lado de fora do prédio uma intensa troca de tiros. "Quando tentamos entrar no banheiro com uma câmera, para identificar se o suspeito estava vivo, Merah saiu atirando", completou Gueant. Segundo ele, um oficial da polícia comentou que nunca havia visto um suspeito reagir com tamanha violência.

Durante a noite de quarta-feira (21), também foram ouvidas explosões por quem estava próximo ao prédio. Pouco mais de duas horas depois da primeira sequência, novas explosões e tiros foram ouvidos no local.

Ataques em Toulouse e Montauban

Merah é suspeito de ter matado um professor, seus dois filhos e um adolescente na manhã de segunda-feira (19). Várias outras pessoas também ficaram feridas após disparos em frente a uma escola judaica em bairro residencial da cidade de Toulouse, no sudoeste da França.

Vídeo mostra suspeito

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No dia 11 de março, o suspeito teria matado um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban --dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha-- matando dois e ferindo um gravemente.

Informações foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março, então os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando Merah roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.

Cerca de 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. Num período de 14 dias, Merah agiu a cada quatro dias, sempre utilizando uma scooter e duas armas calibre 9 mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.

E, a cada assassinato, o criminoso disparava na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". 

Novo ataque

O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque.

Fontes policiais informaram que haviam encontrado explosivos no carro de um dos irmãos de Merah, segundo a investigação, também comprometido com a ideologia salafista. (Com agências internacionais)