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''Queimar uma bandeira americana não educa uma criança", diz Obama na ONU

O presidente dos EUA, Barack Obama, discursou na Assembleia Geral da ONU após Dilma Rousseff - Mary Altaffer/AP
O presidente dos EUA, Barack Obama, discursou na Assembleia Geral da ONU após Dilma Rousseff Imagem: Mary Altaffer/AP

Do UOL, em São Paulo

25/09/2012 12h00Atualizada em 25/09/2012 12h24

Os acontecimentos recentes envolvendo um filme produzido nos Estados Unidos que ridiculariza o islamismo deu o tom do discurso do presidente norte-americano, Barack Obama, na 67ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (25). Obama falou após o discurso de abertura realizado pela presidente Dilma Rousseff.

"Queimar uma bandeira americana não educa uma criança", disse Obama ao criticar a reação violenta da comunidade muçulmana, que resultou em ataques a diversas embaixadas dos EUA, protestos em diferentes cidades e na morte de quatro americanos, entre eles o embaixador Christopher Stevens, na Líbia, que foi lembrado pelo presidente logo no início do discurso.

O presidente dos EUA afirmou que "muitos americanos também ficaram ofendidos com o filme" e que a liberdade de expressão existente no país não pode ser vista como culpada nesse caso, já que o filme foi produzido em território americano.

"Não há palavras que justifiquem a morte de inocentes, a morte de diplomatas, queimar um restaurante no Líbano", declarou. "O futuro não pode pertencer àqueles que têm como alvo os cristãos coptas do Egito, e sim àqueles que digam: muçulmanos e cristãos, nós somos um."

Sobre a Primavera Árabe, Obama citou as mudanças ocorridas em países como Tunísia, Iêmen, Líbia e Síria, deixando de citar a situação no Bahrein, também palco de protestos contra o governo desde o ano passado. No discurso, Obama ainda abordou a situação do Irã e o conflito entre Israel e Palestina, um dos temas mais delicados na assembleia.

Obama declarou que o objetivo dos EUA é “um Estado israelita seguro e uma Palestina próspera” e que “a paz tem que vir de um acordo entre as partes”.

Sobre o Irã, o presidente disse que “os EUA farão o possível para que o país não obtenha armas nucleares” e “que ainda há tempo para resolver a questão” de forma diplomática. “Mas o tempo não é ilimitado", ressaltou.

Ele ainda acuso o Irã de apoiar o regime ditatorial na Síria. "Enquanto restringem os direitos de seu próprio povo, o governo iraniano apoia o ditador em Damasco e grupos terroristas no exterior", disse Obama, referindo-se ao presidente sírio, Bashar Assad. 

"Nós declaramos mais uma vez que o regime de Bashar Assad deve acabar para que o sofrimento do povo sírio possa terminar, e um novo horizonte possa surgir."

Obama finalizou o discurso dizendo que os líderes devem se empenhar em suas ações para que atendam o desejo do povo, citando desde os soldados das tropas americanas que arriscam suas vidas diariamente ao desejo de democracia em Gana, aos "jovens nas favelas do Rio e nas escolas de Mumbai cujos olhares brilham com promessas (...). Eles nos dizem que ainda há um coração comum batendo”.

Mais uma vez citando o ex-embaixador americano, Christopher Stevens, e afirmando que os responsáveis pelo ataque em Benghazi, na Líbia, serão descobertos, Obama disse que a "maré de liberdade" conquistada pelo país ao longo dos anos, "não será revertida".