Topo

Ataques só param com a garantia de cessar-fogo do Hamas, diz embaixador de Israel no Brasil

Ataque aéreo israelense atinge prédios na Faixa de Gaza - Jack Guez/AFP
Ataque aéreo israelense atinge prédios na Faixa de Gaza Imagem: Jack Guez/AFP

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

16/11/2012 15h34

O embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, afirmou nesta sexta-feira (16) ao UOL que o exército israelense só dever conter os ataques contra palestinos e em locais onde está instalado o grupo Hamas quando eles se comprometerem a encerrar os ataques a Israel.

“A coisa é muito simples, se o Hamas, se estes terroristas não atacam Israel, não fazem mal à vida de mais de um milhão de civis israelenses, tudo fica tranquilo. Israel não quer conflito, não busca conflito, não precisa de conflito. Tem problemas suficientes. No momento em que eles decidirem não atirar mais foguetes contra civis, não atacar constantemente, aí tudo termina. Mas enquanto eles estão fazendo isso, Israel tem a obrigação, não só a possibilidade, mas a obrigação e o dever de responder e de fazer todo o possível para retornar [devolver] aos seus civis uma vida mais ou menos normal”, afirmou o embaixador ao UOL.

Desde a quarta-feira (14), grupos palestinos já lançaram mais de 300 foguetes contra as cidades israelenses. Segundo agências internacionais, os grupos palestinos Comitê de Resistência Popular, Hamas, Jihad Islâmico e salafitas se uniram nos ataques contra Israel.

Em resposta, as tropas israelenses teriam bombardeado mais de 200 alvos na Faixa de Gaza, deixando parte da população da região sem energia.  Os ataques já resultaram em, pelo menos, 20 palestinos mortos e cerca de 200 feridos.

A nova onda de violência foi intensificada com a morte do chefe do braço militar do Hamas, Ahmed Jaabari, na última quarta-feira, atingido por um ataque aéreo israelense.


O embaixador disse que não tem informações sobre as tentativas de negociação por vias diplomáticas por parte dos israelenses com os grupos palestinos, apenas frisou que Israel continuará atacando enquanto for atacado.  

“Estamos em contato diário [com o governo israelense] e vejo muita preocupação e, mais uma vez, vemos muito a decisão de não tolerar mais esta situação e terminar com esta ameaça terrorista contra civis israelenses”, afirmou.

Questionado sobre o pedido e a disposição de outros países em tentar ajudar a mediar o diálogo entre os palestinos e israelenses, o embaixador destacou apenas a necessidade da mudança do comportamento do grupo Hamas.

“Podem muito tentar mediar ou tentar ajudar, mas o mais importante é que o Hamas, este grupo terrorista, deixe as armas e que este grupo deixe de ser terrorista e converta-se em outra coisa, que deixe de atirar foguetes contra israelenses, contra civis. Isso é o principal. Todos os outros [países] podem apoiar, podem ajudar. Mas se o Hamas não decidir mudar sua atitude, sua maneira de agir, isso não terá solução”, disse.

Brasileiros em Israel

Rafael Eldad lamentou o fato de que boa parte dos cerca de 10 mil brasileiros que vivem em Israel morem em regiões próximas a Faixa de Gaza – local de maior tensão e ataque dos dois lados.

Israel divulga vídeo de ataque que matou líder do Hamas


“Para o Hamas, não importa. Eles querem matar civis, sejam brasileiros, sejam israelenses, sejam crianças, sejam mulheres. Temos que unir forças de todos para não deixar esta situação continuar”, afirmou.  

Apesar dos ataques, o embaixador destacou que o “país segue funcionando”. “Não de uma maneira normal, mas todas as instituições seguem funcionando, aeroportos, usinas. Israel sabe se defender e tem a população preparada, que sabe o que fazer [em situações com esta]”.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, foi procurado pelo UOL para comentar o assunto, mas não retornou o contato com a reportagem até o fechamento desta matéria.