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Israel bombardeia mais de 100 alvos em Gaza; 115 palestinos já morreram durante ofensiva israelense

Bombeiros tentam apagar fogo no prédio do Banco Nacional Islâmico, em Gaza, causado por ataque israelense - Majdi Fathi/AFP
Bombeiros tentam apagar fogo no prédio do Banco Nacional Islâmico, em Gaza, causado por ataque israelense Imagem: Majdi Fathi/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/11/2012 06h07Atualizada em 20/11/2012 12h13

O Exército de Israel continuou durante a madrugada desta terça-feira (20) sua ofensiva em Gaza com bombardeios contra mais de 100 alvos das milícias palestinas, segundo informações militares israelenses.

Entre os pontos bombardeados pela Força Aérea e a Marinha nas últimas horas estão "locais subterrâneos de lançamento de foguetes, túneis terroristas e depósitos de armas", informou o Exército em comunicado.

Também foram atacados "vários edifícios usados por terroristas como centros de comando e controle", assim como "dez túneis utilizados como esconderijos operacionais do Hamas".

Desde o início da ofensiva israelense, no dia 14 de novembro, 115 palestinos morreram em Gaza, incluindo 27 crianças, e 920 ficaram feridos.

Quatro pessoas, incluindo um adolescente de 15 anos, morreram nesta terça-feira na faixa de Gaza no sétimo dia da ofensiva militar israelense, informaram os serviços de emergência do território controlado pelo Hamas.

Três israelenses morreram nos disparos de foguetes a partir do território palestino. Quatro membros de uma mesma família morreram no bombardeio contra uma casa na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza.

A morte de Fouad Hiyazi, assim como as de seus dois filhos, Suhahib e Mohamad, de 2 e 4 anos, e de sua esposa, Amna, já havia elevado para 107 o número de vítimas fatais palestinas durante a operação "Pilar Defensivo", nesta terça, indicou Ashraf al-Qedra, porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

Esse ataque ainda feriu 13 pessoas, incluindo outros membros da família Hiyazi, asseguraram testemunhas.

Israel também atacou o Banco Islâmico Nacional, que é usado pelo Hamas para, entre outras coisas, pagar os salários dos 35 mil funcionários da Faixa de Gaza.

O Exército israelense afirma que Gaza "se transformou em uma linha de frente para o Irã", o que obriga os cidadãos de Israel das zonas adjacentes a "viverem em circunstâncias insuportáveis".

Israel adia incursão por terra

O governo israelense decidiu adiar o início de uma incursão terrestre na Faixa de Gaza para dar tempo aos esforços de mediação destinados a alcançar um cessar-fogo, informa nesta terça-feira a imprensa local.

A decisão foi tomada pelo Gabinete de Segurança, integrado pelos nove principais ministros israelenses, que analisaram até a madrugada se aceitavam a proposta egípcia de trégua ou se apostavam em outras opções em sua ofensiva.

Ao término da reunião não houve comunicados oficiais, mas a imprensa israelense destaca que a decisão de adiar a entrada por terra na Faixa de Gaza se deve à forte pressão que está sendo exercida sobre o Governo de Benjamin Netanyahu, especialmente por parte de Washington, para que busque uma saída para o conflito.

Autoridades da ONU e dos EUA vão à região

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegará hoje a Israel, onde se reunirá com Netanyahu e com o presidente israelense, Shimon Peres, antes de deslocar-se à cidade de Ramala, na Cisjordânia, para um encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Ban Ki-moon, que está no Cairo, pediu a todas as partes no conflito de Gaza, nesta terça, a interrupção imediata da violência, que segundo ele ameaça toda a região.

"Todas as partes devem impor um cessar-fogo imediatamente. Qualquer nova escalada da situação colocaria toda a região em perigo", disse.

Além disso, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, deverá chegar hoje à região para apoiar os esforços de mediação internacionais e reunir-se com o chefe do Governo israelense e o líder palestino, segundo a imprensa local.

No entanto, a embaixadora dos EUA, Susan Rice, disse, nesta segunda-feira (19), que os Estados Unidos não vão permitir uma declaração do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o conflito em Gaza.

O Egito espera que Israel e o movimento palestino Hamas alcancem uma trégua nas próximas 72 horas, segundo informou à Agência Efe uma fonte dos serviços secretos egípcios.

A fonte, que pediu anonimato, explicou que há uma aproximação entre os dois lados quanto à proposta de cessar-fogo apresentada ontem por uma delegação israelense ao corpo de inteligência egípcio.

Segundo a imprensa israelense, o país deseja observar uma trégua de 24 a 48 horas para que as partes possam elaborar um cessar-fogo duradouro.

Israel é partidário de uma trégua duradoura e que o Egito seja o fiador do seu cumprimento, enquanto as facções armadas palestinas, lideradas pelo Hamas, pedem o fim dos bombardeios e dos ataques seletivos e o levantamento do bloqueio a Gaza. (Com agências internacionais e Agência Brasil)