Governador de Connecticut reconhece ineficiência do controle de armas nos EUA
O governador de Connecticut (EUA), Dannel Malloy, reconheceu a ineficiência das leis americanas referente ao controle das armas durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (17), após o enterro das vítimas do massacre na escola primária Sandy Hook, em Newtown, no Estado americano, que matou 26 pessoas na última sexta-feira (14).
Durante o breve discurso, Malloy reconheceu que há maneiras de prevenir atentados como o do colégio e também se mostrou bastante interessado em debater a questão do armamento.
"Connecticuttem algumas das leis mais difíceis de armas de todo país e mediante ao fato é normal que uma abundância de perguntas sobre o tema venham a surgir", disse ele, que completou: "Mas, agora, o nosso principal foco é ajudar a nossa comunidade e nosso Estado passar por este momento difícil", disse.
Segundo ele, não há palavras para descrever os sentimentos "dos pais, dos outros parentes e dos amigos das crianças". Malloy, no entanto, afirmou que o Estado está pronto "para ajudar as famílias, seus amigos, parentes, professores e administradores escolares e os filhos de qualquer maneira possível."
O governador aproveitou ainda para agradecer ao presidente Barack Obama pelo apoio ao Estado, assim como todos os heróis deste trágico massacre: "Graças aos socorristas. É claro que suas ações salvaram vidas. E graças aos professores e administradores da escola. Eles são heróis."
Malloy finalizou o discurso fazendo um convite a todos os americanos. "Nós estamos pedindo que às 9h30 de sexta-feira (21) todo o Estado faça um momento de silêncio. Também estamos pedindo às casas de culto que toque seus sinos em homenagens às vítimas do atendando", pediu o governador, que pretende enviar carta aos outros 49 governadores americanos para participar deste ato.
Crianças enterradas em meio a promessas
A pequena cidade de Newtown (Connecticut, nordeste dos EUA) enterrou nesta segunda-feira as primeiras vítimas do massacre na escola primária de Sandy Hook, pouco depois de o presidente Barack Obama prometer um debate sobre medidas para "evitar tragédias como esta".
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Os funerais de Noah Pozner e Jack Pinto, ambos de 6 anos, foram celebrados em Newtown e Fairfield, uma cidade vizinha. As outras 20 crianças e 6 adultos mortos no massacre serão enterrados ao longo da semana.
"Não podemos tolerar mais isto. Estas tragédias devem terminar. E para que seja assim, devemos mudar", disse o presidente, Barack Obama, no domingo (16) durante visita a Newtown.
Este novo tiroteio, um dos mais letais dos últimos anos e um dos mais graves em um estabelecimento escolar, reacendeu o debate sobre as leis que regulamentam o direito de possuir armas - garantido pela Segunda Emenda à Constituição norte-americana.
Desde o massacre de sexta-feira se multiplicaram os pedidos para endurecer a legislação sobre armas de fogo. A senadora democrata Dianne Feinstein anunciou que, assim que o novo Congresso assumir, no começo de janeiro, apresentará um projeto de lei para proibir a compra de fuzis de assalto.
Já o senador democrata de Virgínia Ocidental, Joe Manchin, grande defensor da segunda emenda, pediu um debate "sensato e razoável" sobre o controle das armas. Pedido semelhante foi feito pelo senador independente por Connecticut, Joseph Lieberman, que deixará o Congresso no próximo mês: "é preciso que todas as emoções que sentimos neste momento não desapareçam".
Mais de 140.000 pessoas tinham assinado na manhã desta segunda-feira a petição no site da Casa Branca para reivindicar uma lei sobre o controle das armas. No entanto, a Casa Branca informou que ainda não há "uma agenda concreta" sobre a posse privada de armas.
O porta-voz da Presidência, Jay Carney, disse que "nas próximas semanas" Obama transmitirá aos americanos possíveis abordagens depois de dizer, após a matança na escola de Connecticut, que recorreria a todos os instrumentos que tiver à sua disposição. "Não tenho propostas para apresentá-las. O presidente falou ontem (domingo) de avançar nas próximas semanas", disse Carney.
Uma lei, assinada pelo presidente Bill Clinton em 1994, determinava a proibição, mas expirou em 2004 e não foi mais renovada. Barack Obama propôs restabelecê-la durante sua campanha presidencial de 2008, mas durante sua gestão não fez disso uma prioridade.
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