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Cinco pessoas são indiciadas no caso de estupro coletivo na Índia

Do UOL*, em São Paulo

03/01/2013 10h24Atualizada em 03/01/2013 11h48

O tribunal do distrito de Saket, na Índia, acusou formalmente cinco homens de participarem de um estupro coletivo que resultou na morte de uma universitária de 23 anos. As acusações foram apresentadas em uma audiência nesta quinta-feira (3).

A polícia apresentará ao juiz da corte metropolitana de Saket um relatório de mil páginas contra os acusados, que não estarão presente. Cerca de 30 testemunhas devem participar da audiência, de acordo com o canal de TV local "NDTV".

Seis homens foram detidos pelo crime. O sexto acusado, que teria 17 anos, deve ser julgado num tribunal de menores, mas está sendo submetido a exames para a comprovação da idade. Os acusados podem ser condenados à pena de morte.

O pai da estudante fez um protesto nesta quinta pedindo o enforcamento dos culpados e que uma nova legislação para crimes sexuais seja nomeada na Índia em homenagem a sua filha.

A universitária de 23 anos morreu na noite desta sexta-feira (28) em um hospital de Cingapura, onde estava internada. Na noite do dia 16 de dezembro, seis homens estupraram a jovem quando ela seguia viagem em um ônibus. Ela foi jogada pelos agressores do ônibus em movimento.

Os advogados do tribunal de Nova Déli anunciaram ontem que se recusam a defender algum dos acusados. 

"Decidimos que nenhum advogado se apresentará para defender os acusados do estupro porque seria imoral", anunciou Sanjay Kumar, membro da Ordem dos Advogados do distrito de Saket. Sendo assim, os suspeitos serão representados por defensores públicos.

As estudante, que não teve a identidade revelada, foi cremada no dia 1º de janeiro, e suas cinzas foram jogadas no rio Ganges, considerado o maior da Índia.

Desde o caso, a Índia viveu uma onda de protestos inéditos, alguns violentos, como os que deixaram em Nova Délhi 143 feridos e um morto na praça da Porta da Índia há dez dias. 

O Escritório Nacional de Registro de Crimes revelou em 2011 que cada 20 minutos uma mulher é estuprada na Índia, mas que em só um a cada quatro casos o estuprador é condenado, devido, segundo os analistas, à "corrupção" no corpo policial. (*Com AP e Reuters)