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Testemunha de estupro grupal na Índia é interrogado por advogados dos réus

Do UOL, em São Paulo

06/02/2013 14h56Atualizada em 06/02/2013 14h56

O namorado da estudante indiana Jyoti Singh Pandey, 23, que morreu em dezembro passado após sofrer um estupro coletivo em Nova Déli, na Índia, começou a ser interrogado nesta quarta-feira (6) pelos advogados de defesa dos cinco adultos acusados do crime.

"Três advogados fizeram questões a ele, baseados no depoimento que ele deu para a polícia e no tribunal", disse o pai dele ao site "The Times of India".

Ontem (5), o rapaz de 28 anos, identificou o ônibus onde aconteceu a violência. Ele, que também foi agredido pelos estupradores, chegou ao tribunal de Saket em uma cadeira de rodas, consequência da violência que, posteriormente, causou uma onda de revolta e protestos populares em toda a Índia.

Ele é a principal testemunha do caso, que passa por uma corte especial para apressar a sentença. O julgamento começou no dia 21 de janeiro, com a apresentação da ata de acusação ao juiz. No dia 24, começaram os debates.

Um sexto acusado, adolescente, é julgado em uma corte separada. Todos negam responsabilidade na morte da estudante.

"Meu filho vai percorrer qualquer distância para assegurar que os culpados sejam punidos", disse o pai à agência de notícias AFP. "Ele vai cooperar e está preparado para responder a quaisquer questões da defesa."

A jovem ficou internada treze dias em um hospital de Cingapura antes de morrer por conta dos graves ferimentos sofridos no estupro no dia 16 de dezembro. O caso gerou também reivindicações de que a índia adote medidas mais duras contra autores de crimes sexuais.

Novo caso

Uma enfermeira de 26 anos foi sequestrada e violentada por vários homens em um novo estupro coletivo na Índia, no Estado do Punjab. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (21) pela polícia local, que ainda informou que os estupradores filmavam a vítima.

A jovem foi sequestrada na cidade de Chandigarh, na sexta (18), enquanto esperava um ônibus para ir a uma entrevista de emprego. Ela relatou à polícia que foi violentada em repetidas ocasiões.

No domingo (20) de manhã a jogaram em uma estrada, onde um homem a viu e a levou a um hospital. Os autores do ataque sexual ainda não foram localizados.

Impunidade

O julgamento pode acabar inocentando os réus, já que a má qualidade das práticas forenses na Índia é uma das principais razões para a grande taxa de impunidade nos casos de estupro. Advogados dos acusados disseram à agência de notícias Reuters que estão se preparando para contestar as conclusões dos peritos, apontando-as como manipuladas.

Eles também podem alegar que o processo foi distorcido porque a polícia apressou a investigação diante da repercussão do caso. Dois dos quatro advogados dizem que seus clientes foram torturados na prisão para fazerem confissões que parecem ser excessivamente semelhantes.

"Todas as declarações dizem a mesma coisa. É como se alguém as tivesse ditado", afirmou o advogado Manohar Lal Sharma. (com agências internacionais)