Testemunha de estupro grupal na Índia é interrogado por advogados dos réus
O namorado da estudante indiana Jyoti Singh Pandey, 23, que morreu em dezembro passado após sofrer um estupro coletivo em Nova Déli, na Índia, começou a ser interrogado nesta quarta-feira (6) pelos advogados de defesa dos cinco adultos acusados do crime.
"Três advogados fizeram questões a ele, baseados no depoimento que ele deu para a polícia e no tribunal", disse o pai dele ao site "The Times of India".
Ontem (5), o rapaz de 28 anos, identificou o ônibus onde aconteceu a violência. Ele, que também foi agredido pelos estupradores, chegou ao tribunal de Saket em uma cadeira de rodas, consequência da violência que, posteriormente, causou uma onda de revolta e protestos populares em toda a Índia.
LEIA MAIS
- Estupro de menina de 7 anos em escola provoca protestos na Índia
- Polícia da Índia apresenta acusados de novo estupro coletivo
- Acusados de estuprar indiana estavam à caça de vítima, diz polícia
- Polícia da Índia prende 6 suspeitos em novo caso de estupro coletivo
- Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
- Guru indiano culpa estudante vítima de estupro coletivo
- Pai da estudante indiana estuprada revela nome da filha
- Namorado relata "dor" e "indiferença dos transeuntes"
Ele é a principal testemunha do caso, que passa por uma corte especial para apressar a sentença. O julgamento começou no dia 21 de janeiro, com a apresentação da ata de acusação ao juiz. No dia 24, começaram os debates.
Um sexto acusado, adolescente, é julgado em uma corte separada. Todos negam responsabilidade na morte da estudante.
"Meu filho vai percorrer qualquer distância para assegurar que os culpados sejam punidos", disse o pai à agência de notícias AFP. "Ele vai cooperar e está preparado para responder a quaisquer questões da defesa."
A jovem ficou internada treze dias em um hospital de Cingapura antes de morrer por conta dos graves ferimentos sofridos no estupro no dia 16 de dezembro. O caso gerou também reivindicações de que a índia adote medidas mais duras contra autores de crimes sexuais.
Novo caso
Uma enfermeira de 26 anos foi sequestrada e violentada por vários homens em um novo estupro coletivo na Índia, no Estado do Punjab. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (21) pela polícia local, que ainda informou que os estupradores filmavam a vítima.
A jovem foi sequestrada na cidade de Chandigarh, na sexta (18), enquanto esperava um ônibus para ir a uma entrevista de emprego. Ela relatou à polícia que foi violentada em repetidas ocasiões.
No domingo (20) de manhã a jogaram em uma estrada, onde um homem a viu e a levou a um hospital. Os autores do ataque sexual ainda não foram localizados.
Impunidade
O julgamento pode acabar inocentando os réus, já que a má qualidade das práticas forenses na Índia é uma das principais razões para a grande taxa de impunidade nos casos de estupro. Advogados dos acusados disseram à agência de notícias Reuters que estão se preparando para contestar as conclusões dos peritos, apontando-as como manipuladas.
Indianos tocam "Imagine"
Eles também podem alegar que o processo foi distorcido porque a polícia apressou a investigação diante da repercussão do caso. Dois dos quatro advogados dizem que seus clientes foram torturados na prisão para fazerem confissões que parecem ser excessivamente semelhantes.
"Todas as declarações dizem a mesma coisa. É como se alguém as tivesse ditado", afirmou o advogado Manohar Lal Sharma. (com agências internacionais)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.