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França mobiliza mais de 88 mil agentes para vigilância e captura de suspeitos

Faixa isola posto de gasolina em Villers-Cotterets, a nordeste de Paris, onde os suspeitos do ataque contra a revista "Charlie Hebdo" foram vistos em um carro - Pascal Rossignol/Reuters
Faixa isola posto de gasolina em Villers-Cotterets, a nordeste de Paris, onde os suspeitos do ataque contra a revista 'Charlie Hebdo' foram vistos em um carro Imagem: Pascal Rossignol/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/01/2015 15h45Atualizada em 09/01/2015 17h17

A França mobilizou um contigente de 88.150 agentes de segurança, entre policiais civis, gendarmes e militares, em operações de segurança e captura dos dois suspeitos de terem cometido o atentado à revista “Charlie Hebdo”, que matou 12 pessoas.

O efetivo é composto por 50 mil policiais, 32 mil gendarmes, 5.000 oficiais de forças móveis e 1.150 militares. Eles estão encarregados, principalmente, de operações de segurança para prevenir novos ataques. Deste total, 9.650 agentes operam no departamento de Île-de-France. 

Na manhã desta quinta-feira (8), a polícia recebeu a informação de que os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, respectivamente, foram vistos no norte da França, segundo agências e jornais internacionais. Um terceiro suspeito, Hamyd Mourad, se entregou voluntariamente na noite de quarta-feira (7) e disse ser inocente.

De acordo com a AFP, os suspeitos teriam abandonado o carro que utilizavam na fuga na floresta de Longpont, em Picardie, região administrativa ao norte da França que compreende os departamentos de Aisne, Oise e Somme.

Nesta manhã em Aisne e Oise havia um grande efetivo policial, entre eles agentes do Raid, divisão de antiterrorismo da polícia francesa, e do GIGN, divisão paramilitar de operações especiais.

Mais cedo, o gerente de um posto de combustível perto de Villers-Cotterets, na região de Aisne, "reconheceu os dois homens suspeitos de terem participado do ataque contra a 'Charlie Hebdo'".

Nesta quinta-feira, investigadores encontraram dez coquetéis molotov, uma bandeira do movimento jihadista, uma faixa preta e uma luz intermitente no carro usado em Paris durante o ataque à redação da revista "Charlei Hebdo", segundo a polícia.
 
Nível de alerta máximo
 
O nível 'alerta de atentado', o mais alto em termos de vigilância e segurança na França, aplicado na região parisiense desde o ataque à redação da revista 'Charlie Hebdo', foi estendido nesta quinta para a região da Picardia, onde os suspeitos do atentado foram vistos, anunciou o gabinete do primeiro-ministro.
 
"Em função dos acontecimentos, o primeiro-ministro decidiu estender à Picardia o nível de atentado", indicou o gabinete de Manuel Valls.
 
A polícia divulgou ontem (7) fotos dos dois suspeitos, que estariam "armados e perigosos". A Justiça francesa expediu mandados de prisão contra os dois. Cherif Kouachi foi condenado em 2008 a três anos de prisão por pertencer a um grupo baseado em Paris que enviava combatentes jihadistas ao Iraque.
 
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, informou hoje que os irmãos Chérif e Said Kouachi já estavam sendo monitorados pelo serviço secreto francês. "O serviço secreto os conhecia e por isso os seguia", disse.
 
Suspeitos detidos
 
A polícia francesa prendeu nove pessoas que teriam relação ou seriam parentes dos suspeitos, em uma megaoperação de busca pelos dois suspeitos do ataque à redação do "Charlie Hebdo".
 
Elas foram detidas nas cidades de Reims e Charleville-Mezieres e também na área de Paris.
 
O primeiro-ministro não deu detalhes sobre as "várias pessoas" detidas nas últimas horas e se limitou a acrescentar que é preciso esperar os resultados dos interrogatórios.