Topo

Próxima edição da 'Charlie Hebdo' terá 1 milhão de exemplares, diz advogado

Capa da edição mais recente da revista "Charlie Hebdo", publicada na quarta-feira (7) - Bertrand Guay/AFP
Capa da edição mais recente da revista "Charlie Hebdo", publicada na quarta-feira (7) Imagem: Bertrand Guay/AFP

Do UOL, em São Paulo

08/01/2015 10h57Atualizada em 09/01/2015 11h24

O advogado da revista francesa "Charlie Hebdo", Richard Malka, afirmou nesta quinta-feira (8) que a próxima edição do semanário, que é publicado às quartas-feiras, terá 1 milhão de exemplares, segundo o jornal "Le Monde". Normalmente, são publicados 60 mil exemplares.

A edição terá oito páginas, metade do que tem normalmente, de acordo o "Le Figaro". A "Charlie Hebdo" contará com a ajuda material e financeira de outros meios de comunicação, como a emissora de TV Canal+ e os jornais "Le Monde" e "Libération".

O colunista da revista Patrick Pelloux também disse hoje à AFP que a publicação vai estar nas bancas na próxima quarta-feira (14).

"É muito difícil, com todo nosso sofrimento, nossa dor, nossos medos, mas vamos fazê-la [a revista] de qualquer maneira. Charb [diretor da publicação, morto no ataque] sempre disse que o jornal tinha que sair custe o que custar", continuou.

"Vamos continuar. Decidimos [que a 'Charlie Hebdo'] sairá na próxima semana. Estamos todos de acordo", afirmou. "Vamos nos encontrar, vamos nos virar", disse ele. "É preciso resistir ao medo, ao silêncio, ao ódio, lutar com a razão, com as palavras, com o riso, com o sorriso. É preciso sorrir, se querem nos ajudar, é preciso rir e fazer com que tudo isto tenha um sentido", disse Malka.

A revista terá oito páginas, menos do que suas 16 tradicionais, mas estará em todas as bancas. Malka reiterou que é preciso "tomar consciência" da necessidade de união nacional e de todas as religiões. "Será uma edição dos sobreviventes", definiu Pelloux.

Atentado contra revista

Dois homens armados abriram fogo contra a sede da revista francesa "Charlie Hebdo", em Paris, na quarta-feira (7), matando 12 pessoas, das quais oito eram jornalistas. Outras 11 pessoas ficaram feridas --quatro delas ainda estão internadas em estado grave.

De acordo com François Mollins, procurador-geral da República, os dois atiradores armados com rifles automáticos Kalashnikovs invadiram o prédio da revista, rendendo dois funcionários, que foram assassinados em seguida.

Na sequência, eles invadiram uma reunião, que ocorria no segundo andar do prédio, e abriram fogo. Mais dez pessoas foram mortas, entre elas um convidado e um policial que fazia a segurança do diretor da revista. Um segundo policial que fazia a segurança do local foi executado em frente ao prédio.

Um terceiro homem teria esperado do lado de fora do prédio, agindo como motorista durante a fuga dos criminosos.