Novos ataques à Ucrânia e resposta russa a sanções marcam 13º dia de guerra
A Ucrânia voltou a registrar ataques russos no 13º dia da guerra, iniciada em 24 de fevereiro. Em Chernigov, no norte da capital Kiev, três adultos morreram e três crianças ficaram feridas após a explosão de uma mina terrestre. Já em Sumy ao menos 21 pessoas morreram em um bombardeio ontem. Apesar disso, a Ucrânia afirma que o avanço das forças russas na Ucrânia desacelerou significativamente.
O dia também foi marcado por uma reação do governo da Rússia às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e por países aliados. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou, nesta terça-feira (8), um decreto proibindo a importação e exportação de matérias-primas para a Rússia até 31 de dezembro deste ano.
A medida foi divulgada horas depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciar a proibição da importação de petróleo russo pelos Estados Unidos.
O decreto russo vai se restringir a alguns países, que, segundo o governo russo, serão conhecidos em até dois dias. A lista de produtos cuja comercialização será proibida também será divulgada. A nova medida não se aplica a produtos transportados pela população através das fronteiras.
O governo de Moscou diz que a restrição faz parte do conjunto de decisões tomadas pela Rússia para se defender das sanções já impostas ao país pelos Estados Unidos e aliados em razão da invasão da Ucrânia pelas forças armadas russas. A regulamentação da nova medida será feita pelo Conselho de Ministros.
Ainda hoje, o Banco Central da Rússia anunciou que não permitirá saques em moedas estrangeiras, apenas em dólar. Os cidadãos e moradores russos poderão sacar somente em dólar e, mesmo assim, cada um poderá resgatar, no máximo, US$ 10 mil em espécie. Todas as mudanças anunciadas hoje valerão a partir de amanhã e até 9 de setembro.
O Reino Unido também vai anunciar ainda hoje um plano para reduzir gradativamente as importações de petróleo da Rússia até chegar a zero, seguindo decisão dos Estados Unidos. A informação é do jornal Financial Times.
A Grã-Bretanha é menos dependente das importações russas de combustíveis fósseis em comparação com grande parte da Europa continental. A Alemanha se mantém resistente a uma proibição total por aliados ocidentais.
Desde o início dos ataques da Rússia, 38 crianças e 412 foram mortos em bombardeios, segundo os números do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia. Ainda de acordo com o levantamento, mais de 2.300 pessoas ficaram feridas, entre elas 120 crianças.
As autoridades ucranianas também divulgaram um balanço de quantas estruturas do país foram destruídas: 560 pontos foram atingidos, sendo 34 hospitais e 202 escolas, de acordo com o governo ucraniano.
Corredores humanitários
A Rússia anunciou hoje que fará mais um período de trégua na Ucrânia amanhã para permitir a evacuação de civis. Os corredores humanitários vão valer a partir das 10h (horário local ou 4h no horário de Brasília).
A decisão foi informada pelo ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. Segundo o governo russo, as pessoas poderão deixar o país em segurança pelas cidades de Kiev, Chernigov, Sumy e Mariupol — cidade que enfrenta falta de água e de luz.
Hoje também houve um cessar-fogo para abertura de corredores humanitários para retirada de civis de cidades que estão sendo atacadas na Ucrânia — a trégua terminou às 16h (horário de Brasília, 21h em Kiev). Ainda assim, há registro de pessoas que tentam fugir do país.
Nesta terça, a população pode deixar as cidades ucranianas de Kiev, Kharkov, Chernigov, Sumy e Mariupol. A interrupção nos ataques começou na manhã e permitiu o deslocamento de civis por meio de corredores humanitários — a Ucrânia acusa o governo russo, porém de restringir à Rússia ou à Belarus o destino da população em fuga.
Saída de empresas da Rússia
"Nossos corações estão com as pessoas que estão sofrendo os efeitos inconcebíveis desses trágicos eventos na Ucrânia. Continuaremos a monitorar e avaliar a situação à medida que as circunstâncias evoluem", disse a Coca-Cola em comunicado.
Concorrente da Coca-Cola, a Pepsico, fabricante do refrigerante Pepsi e outras bebidas, anunciou sua saída através de uma carta escrita pelo CEO da empresa, Ramon Laguarta. Nela, Laguarta diz que a marca está há mais de 60 anos na Rússia.
O McDonald's anunciou a interrupção das operações e o fechamento temporário de todos os seus restaurantes no país. O anúncio da decisão foi feito pelo CEO da rede de fast food, Chris Kempczinski, em um e-mail enviado hoje para todos os funcionários e unidades do restaurante. No comunicado, Kempczinski diz que o McDonald's atende milhões de clientes na Rússia, mas que os valores da empresa dizem que ela não pode "ignorar o sofrimento humano desnecessário que se desenrola na Ucrânia".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.