Fim do gás e arma nuclear: quais as maiores ameaças da Rússia ao Ocidente?
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização de até 300 mil reservistas para lutar na Guerra da Ucrânia, e disse que irá proteger com armas nucleares, se necessário, as populações de território ocupados que pretende anexar após referendos a serem feitos em quatro regiões ucranianas no leste e no sul do país a partir de sexta (23).
Desde que a invasão da Rússia à Ucrânia começou, em fevereiro, existe o medo de um confronto mais sério, capaz de desencadear uma Terceira Guerra Mundial. Ameaças do governo russo não faltaram:
Ameaça nuclear
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, Putin e autoridades russas deixam clara a possibilidade de uma guerra nuclear caso algum país ajude os ucranianos ou resolva se aproximar mais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
A Rússia alertou o Ocidente que haverá uma resposta militar dura a qualquer ataque ao território russo, acusando os Estados Unidos e seus aliados europeus de incitarem abertamente a Ucrânia a atacar a Rússia.
Putin já ameaçou uma retaliação rápida "como um raio" contra quaisquer países ocidentais que se envolverem no conflito ajudando os ucranianos. Em discurso divulgado nesta quarta, Putin disse que o país tinha "muitas armas para responder" e mandou um recado claro: "isso não é um blefe".
"Nosso país também tem vários meios de destruição, e para componentes separados e mais modernos que os dos países da Otan e quando a integridade territorial de nosso país for ameaçada, para proteger a Rússia e nosso povo, certamente usaremos todos os meios à nossa disposição", disse Putin.
Ele tem feito estardalhaço e exibido as novas armas que o país desenvolveu, capazes de carregar ogivas cada vez mais poderosas e acertar alvo com muita precisão. Lançou mísseis supersônicos e intercontinentais, apresentou laser de alta tecnologia e mostrou o investimento em armamento sofisticado.
Ameaças para aliados da Otan
O ex-presidente e membro do Conselho de Segurança da Rússia, o ex-presidente Dmitry Medvedev, já havia citado a possibilidade de usar armamento nuclear caso a Finlândia e a Suécia entrassem na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Os dois países aderiram ao grupo em julho. Ele levantou explicitamente a ameaça ao dizer que não se pode mais falar de um Báltico "livre de armas nucleares".
"Não se poderá falar mais de um Báltico livre de armas nucleares. O equilíbrio tem de ser restaurado. Até hoje, a Rússia não tinha adotado essas medidas e não planejava adotá-las. Mas, se formos forçados? Lembrem-se: não fomos nós que propusemos isto", disse ele em abril para agências de notícias russas.
Interrupção do fornecimento de gás
Até agora, porém, as ameaças que saíram do papel foram aquelas relacionadas ao fornecimento de gás. A Rússia já interrompeu o abastecimento para Bulgária e Polônia depois que os países rejeitaram a exigência de pagamento em rublos — tática usada pelo governo russo para mirar diretamente as economias europeias e que, segundo os russos, foi feita para proteger sua economia das sanções.
"Ninguém nos vende nada de graça, e também não faremos caridade. Isso significa que os contratos existentes, no caso de não pagamento do gás em rublos, serão rescindidos", disse Putin. Líderes europeus classificaram a medida como "chantagem".
Em agosto, as entregas de gás russo por meio do gasoduto Nord Stream foram suspensas por três dias. O Kremlin afirmou em seguida que a interrupção do fornecimento de gás é de total responsabilidade do Ocidente. De acordo com Moscou, as sanções impostas à Rússia em razão da invasão da Ucrânia impedem a manutenção adequada das infraestruturas do setor energético.
A Rússia é o principal fornecedor de gás da Europa.
Barrados na fronteira
A Rússia anunciou, em março, a proibição de entrada em seu território aos líderes europeus e à maioria dos eurodeputados, em represália às medidas punitivas contra Moscou por sua intervenção militar na Ucrânia.
A medida também se aplicou a líderes políticos de países membros da UE, bem como figuras públicas e jornalistas que apoiaram sanções ilegais contra a Rússia.
"As restrições se aplicam aos dirigentes mais importantes da União Europeia, incluindo comissários europeus e chefes de órgãos militares europeus, assim como a grande maioria dos deputados do Parlamento Europeu, que promovem políticas antirrussas", declarou o Ministério russo das Relações Exteriores, em um comunicado, em março.
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