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Bergamo: Decisão sobre embaixador já havia sido tomada há muito tempo

A decisão pela retirada definitiva do embaixador Frederico Meyer de Israel já havia sido tomada há muito tempo pelo governo Lula, revelou a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo no UOL News desta quarta (29).

Lula removeu Meyer e o transferiu para Genebra como representante brasileiro na Conferência de Desarmamento da ONU. O embaixador havia retornado a Israel na última sexta (24), após ficar quase três meses fora do país por conta de uma crise diplomática —Israel declarou o petista como "persona non grata" por sua comparação entre a situação em Gaza e a Segunda Guerra Mundial.

Essa decisão de que Meyer não voltaria foi tomada há bastante tempo. O embaixador estava preparando a mudança dele e voltou a Israel para isso. Isso estava sendo mantido em um relativo sigilo.

Foi mantida uma certa discrição, mas todo mundo sabia que ele não voltaria. O que aconteceu hoje foi a publicação no Diário Oficial, oficializando uma situação que já estava dada.

É simbólico que esta determinação tenha sido publicada justamente em um momento no qual Israel está desobedecendo organismos internacionais e atacando e queimando vivas mulheres e crianças em campos de refugiados em Gaza. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

Em conversa com diplomatas, Mônica explicou que eles consideravam não haver mais clima para a permanência de Meyer em Tel Aviv. Além do agravamento da situação em Rafah, pesou a reprimenda de Israel ao embaixador no Museu do Holocausto, em gesto interpretado como uma humilhação.

Eles me disseram que não havia mais sentido o embaixador ficar lá. Ele foi humilhado e não podia fazer nenhuma atividade cultural, comercial ou receber brasileiros lá. Para falar o quê? Que Israel é lindo, maravilhoso, bombardeando um território e matando mulheres e crianças? O que ele ficaria fazendo lá?

Se o chanceler [Israel Katz] oferecesse um jantar ara embaixadores da América Latina, o embaixador brasileiro poderia ir após ter sido humilhado publicamente depois de tudo o que Katz falou sobre o presidente Lula?

Ele ficava lá para receber Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Carla Zambelli, o pastor Marco Feliciano e todos os bolsonaristas que o governo de Israel convidava para visitar o país. Jair Bolsonaro foi convidado duas vezes e só não foi porque não tem passaporte. Não havia o menor sentido o embaixador continuar lá. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

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