Conteúdo publicado há 1 mês

Família de vítima do submersível Titan quer indenização de R$ 280 milhões

A família do francês Paul-Henri Nargeolet, uma das cinco vítimas da implosão do submersível Titan, acionou a Justiça para pedir uma indenização de US$ 50 milhões, o equivalente a R$ 280 milhões, à empresa OceanGate.

O que aconteceu

Família acusa empresa de negligência grave. Na ação judicial, os advogados também alegam que a tripulação passou por "terror e angústia mental" antes do desastre. As informações foram publicadas pela agência Associated Press. "Embora a causa exata da falha nunca possa ser determinada, os especialistas concordam que a tripulação do Titan teria percebido exatamente o que estava acontecendo", afirma o processo.

A ação foi aberta na terça-feira (6), no Condado de King, no estado de Washington. Tony Buzbee, um dos advogados do caso, disse que um dos objetivos do processo é "obter respostas para a família sobre como exatamente isso aconteceu, quem estava envolvido e como os envolvidos puderam permitir que isso acontecesse".

Implosão, segundo os advogados, é atribuída à "persistente negligência, imprudência e descuido" da Oceangate.

O submersível desapareceu no dia 18 de junho do ano passado. A embarcação se dirigia aos destroços do Titanic, que ficam a cerca de 4.000 metros de profundidade no Oceano Atlântico.

O Titan perdeu contato 1 hora e 45 minutos após começar a descer. Um ex-consultor da OceanGate afirmou que o Titan teria tentado voltar à superfície momentos antes de perder contato com o navio-mãe, o Polar Prince.

No dia 22 de junho, a Guarda Costeira dos EUA anunciou que encontrou destroços do submersível. Segundo as autoridades, houve perda de pressão da cabine, o que gerou uma "implosão catastrófica" a cerca de 3.800 metros de profundidade.

Destroços foram localizados perto do Titanic
Destroços foram localizados perto do Titanic Imagem: UOL

A implosão ocorreu porque a pressão externa do oceano superou a de dentro da embarcação. O Titan era feito de fibra de carbono e de titânio. Um vídeo simula como ocorreu a implosão:

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O CEO da OceanGate, Stockton Rush, ignorou diversos alertas de um especialista sobre a segurança do submersível. A embarcação nunca havia sido certificada por um órgão independente.

O Titan era guiado por meio de um aparelho que lembra um controle de videogame. A embarcação já havia passado por falhas de comunicação e chegou a ficar perdida em outra ocasião.

Um áudio obtido pela Força Aérea Canadense mostra o que seriam os últimos sons do submersível. É possível ouvir alguns sons que os especialistas suspeitam que poderiam ser de alguém batendo no submersível. A origem, no entanto, ainda não foi desvendada.

Quem eram os tripulantes

Os cinco ocupantes do submersível morreram no acidente. Hamish Harding, bilionário e presidente da empresa Action Aviation; Shahzada Dawood, empresário paquistanês, e seu filho, Suleman; Paul-Henry Nargeolet, considerado um dos maiores especialistas no naufrágio do Titanic; e Stockton Rush, presidente da OceanGate, estavam a bordo.

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A viagem custou US$ 250 mil por pessoa, o que equivale a R$ 1,2 milhão. O objetivo era levar os tripulantes até os destroços do Titanic, que naufragou em 1912.

A empresa suspendeu suas operações duas semanas após o acidente. Ainda em junho, o Canadá e os EUA iniciaram uma investigação sobre o caso.

Os tripulantes do submersível (da esq. para dir.): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding
Os tripulantes do submersível (da esq. para dir.): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding Imagem: Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS

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