Rio+20: mesmo com críticas, líderes não alteram documento pouco ambicioso, mas de consenso
A poucas horas do final da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, poucas novidades são esperadas. O rascunho apresentado pelo Brasil na terça (19), um dia antes da chegada dos chefes de Estado e governo na discussão, não será alterado. A informação é do negociador chefe do Brasil, André Correa do Lago. O texto "O Futuro que Queremos" também já está na página oficial da conferência como o documento final.
Durante estes três dias, tanto a sociedade civil quanto políticos criticaram a falta de ambição do texto, que não estabelece metas claras de desenvolvimento sustentável, nem indica números para o financiamento. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon , disse estar decepcionado com o texto, mas depois voltou atrás ao dizer que ele era um sucesso.
Entre os brasileiros, todos admitiram que faltaram grandes pontos de avanço, mas que este foi o consenso possível. "Eu vejo países criticando a falta de ambição do texto, mas ninguém sentou para colocar dinheiro adicional. O que eu vejo são os países mais pobres assumindo compromissos, e os mais ricos não colocarem mais dinheiro", disse a ministra, nesta sexta (22), repetindo uma frase comum na boca dos brasileiros nos últimos dias.
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O embaixador também destaca o papel dos países em desenvolvimento na nossa geopolítica internacional. Para ele, a manutenção do princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas" é essencial para grantir que as nações mais pobres cresçam da sua maneira. Segundo Lago, é o princípio que permite que o Brasil tome voluntariamente a meta de diminuir o desmatamento em 80% até 2020 ou que a China seja o segundo país do mundo que mais investe em energia renovável.
Barbara Stocking, da ONG Oxfam, é dura em suas críticas e diz que os mais pobres é que vão pagar as contas da falta de ambição no documento final. Na quinta (21), diversas ONGs e ambientalistas entregaram um documento criticando a falta de avanços reais na Rio+20.
Principais avanços
Tanto para a ministra, quanto para o negociador, o estabelecimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é um dos grandes pontos do texto. Com ele, a partir de 2014 serão traçadas metas e prazos para medir e indicar o desenvolvimento dos países, considerando não só avanços econômicos, mas também sociais e ambientais.
Teixeira ainda destacou que o texto diz que o PIB não é o melhor índice para medir desenvolvimento, estabelece um caminho para o consumo sustentável em 10 anos, indica um mandato para fazer um novo tratado sobre proteção de oceanos e cria um fórum de alto nível para coordenar o desenvolvimento sustentável.
Já o negociador destaca que o reconhecimento de que é "crucial" atingir as metas da Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA, em inglês), na qual os países ricos devem investir 0,7% de seu PIB até 2015 nos países em desenvolvimento. Até agora, só 5 países cumpriram: Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, Noruega e Suécia.
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