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Ex-presidente da Petrobras diz que corrupção na estatal é "caso de polícia"

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

12/03/2015 15h23

O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli afirmou, nesta quinta-feira (12), à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga suspeitas de corrupção na estatal que os crimes relatados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e ex-gerente de Serviços Pedro Barusco são "caso de polícia".

"É impossível se identificar esse tipo de comportamento internamente. Isso é caso de polícia. Não é possível identificar esses comportamentos nos procedimentos internos da Petrobras. Tanto é que Barusco confessa que fazia isso há 18 anos e não foi pego”, afirmou.

Gabrielli declarou que os ex-funcionários da petroleira confessaram "crimes e atividades corruptas" e se apropriaram privadamente de recursos, mas afirmou que os negócios da Petrobras respeitavam a "realidade de mercado, portanto não estavam superfaturados".

"Todos os parâmetros estão aceitos pela Petrobras e são impossíveis de ser percebidos como atos de corrupção. O ato de corrupção ocorre na negociação externa a Petrobras", declarou.

Costa e Barusco assumiram ao Ministério Público que receberam propina de empreiteiras para facilitar negócios com a Petrobras. O dinheiro desviado era usado também para abastecer o PT, PMDB e PP, segundo os delatores.

As investigações da operação Lava Jato, que apura irregularidades na estatal, renderam 19 ações penais na Justiça Federal do Paraná. Como fizeram acordo de delação premiada com o Ministério Público, Barusco e Costa se comprometeram a devolver o dinheiro desviado e terão a pena reduzida, em caso de condenação futura, por colaborar com a Justiça. 

O ex-presidente da Petrobras disse que o pagamento ilícito de propina não foi identificado pelas auditorias internas porque o dinheiro era desviado do lucro que as empreiteiras obtinham com os negócios.

Gabrielli também afirmou que os diretores da Petrobras já estavam escolhidos quando ele assumiu a presidência da estatal. Ele comandou a petrolífera entre 2005 e 2012. "Critérios que governo adota para escolher diretores são critérios do governo", disse Gabrielli.