Preso? Foragido? Qual status de quem depredou objetos históricos no dia 8
Os extremistas bolsonaristas que invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro atacaram itens históricos avaliados em milhares de reais.
Até agora 103 pessoas foram denunciadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos ataques que aconteceram nas sedes do Planalto, do STF e do Congresso e, graças às câmeras de segurança e registros em redes sociais, já foi possível identificar alguns dos responsáveis por depredar ou roubar objetos.
Relógio de Dom João 6º
- Quem é? Antônio Cláudio Alves Ferreira, 30. Ele usava uma camiseta estampada com a foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
- O que ele fez? Depredou o relógio Balthazar Martinot, do século 17, presente da corte francesa para dom João 6º. O objeto estava no Palácio do Planalto, e a ação de vandalismo foi gravada.
- Qual é a situação dele? Foi preso na última segunda-feira (23), em Uberlândia (MG). Ele já havia sido preso duas vezes anteriormente-- respondeu por ameaça, em 2014, e tráfico de drogas, em 2017.
- A Polícia Judicial do STF apura se ele também invadiu e depredou o STF. Imagens mostram um homem trajando a mesma camisa preta com ilustração de Bolsonaro carregando um extintor de incêndio e derrubando cortinas.
Cópia da Constituição
- Quem é? Marcelo Fernandes Lima, 50.
- O que ele fez? Estava com a réplica da Constituição Federal de 1988 roubada do Supremo. Devolveu em 12 de janeiro, alegando que pegou da mão de outras pessoas para que não fosse destruída. É Marcelo quem aparece em imagens divulgadas nas redes sociais exibindo a réplica em cima da escultura 'A Justiça' na frente do STF.
- Qual é a situação dele? Foi preso pela PF na quarta-feira (25) na cidade de Varginha (MG).
Quadro de Di Cavalcanti
- Quem é? Um homem já identificado, mas cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal, segundo o Fantástico, da TV Globo.
- O que ele fez? Deu facadas na tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, exibida no Planalto e avaliada entre R$ 10 e R$ 20 milhões. A obra não deve ser recuperada, segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
- Qual é a situação dele? Ainda não há informações sobre o paradeiro dele.
Toga do STF
- Quem é? Willian da Silva Lima, 25.
- O que ele fez? Pegou uma toga, vestimenta usada pelos ministros do Supremo.
- Qual é a situação dele? Foi um dos 277 presos logo após os atos golpistas de 8 de janeiro. Sua identidade foi confirmada ontem (27) pela PF.
Bustos de juristas
- Quem é? Erlon Paliotta Ferrite.
- O que ele fez? Filmou a si próprio e ao amigo Fábio Alexandre de Oliveira participando da depredação da sede do STF. Em um dos vídeos, Ferrite grava o ambiente destruído enquanto derruba e chuta bustos de juristas.
- Qual é a situação dele? Era funcionário comissionado da Prefeitura de Penápolis (SP) e foi exonerado. A portaria com a demissão do golpista não expõe o motivo da exoneração.
Estátua da Justiça
- Quem é? Ainda não é possível saber, mas fotos publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo mostram uma mulher que possivelmente danificou a estátua, uma das principais obras do mineiro Alfredo Ceschiatti.
- O que ela fez? Fotos da jornalista Gabriela Biló mostram a mulher em cima da escultura com uma das mãos tocando a frase pichada: "Perdeu, mané". Em seguida, ainda em cima da estátua, ela exibe as mãos sujas de tinta e sorri.
- Qual é a situação dela? A reportagem da Folha identificou uma moradora do interior de São Paulo que seria a mulher das fotos e falou com ela por telefone, mas ela não respondeu as perguntas que lhe foram feitas.
Objetos do STF
- Quem é? Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Dona Fátima de Tubarão".
- O que ela fez? Em vídeo postado nas redes sociais, a idosa diz que estava "quebrando tudo" na sede do STF, sem especificar quais objetos, e que iria "pegar o Xandão", em referência ao ministro Alexandre de Moraes.
- Qual é a situação dela? Foi uma das presas ontem em operação da PF que mira envolvidos nos atos golpistas. Ela foi condenada por tráfico em 2014.
Como é a identificação dos invasores?
A Polícia Federal está usando programas de computador a partir das imagens das câmeras de segurança dos prédios e também imagens postadas nas redes sociais pelos próprios bolsonaristas radicais.
Num primeiro momento nós estamos fazendo a comparação da imagem que foi captada durante as manifestações com imagens das pessoas que nós temos em bancos de dados. A partir dali a gente faz um complemento para identificar corretamente as pessoas Ricardo Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da PF, ao "Fantástico"
A corporação disponibilizou um email para receber denúncias sobre pessoas envolvidas nos atos golpistas: denuncia8janeiro@pf.gov.br.
Conforme a AGU (Advocacia-Geral da União), os prejuízos ao erário causados pela ação de vândalos bolsonaristas são de:
- R$ 7,9 milhões no Palácio do Planalto;
- R$ 5,9 milhões no STF;
- R$ 6,5 milhões no Congresso Nacional;
- Essa conta não considera os danos às obras de arte e os presentes dados por chefes de Estado.
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