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Mauro Cid oferece abrir mão de sigilo fiscal de conta bancária nos EUA à PF

18.jun.2019 - Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto - 18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters
18.jun.2019 - Mauro Cid, então ajudante de ordens, conversa com Bolsonaro após uma reunião no Palácio do Planalto Imagem: 18.jun.2019 - Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/05/2023 19h20Atualizada em 18/05/2023 19h20

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), se ofereceu para abrir mão do sigilo fiscal da sua conta bancária em Miami, nos Estados Unidos.

O que aconteceu:

O gesto é uma tentativa de sinalizar a possibilidade de cooperação com investigadores. Cid é investigado no suposto esquema para falsificar dados de vacinação do ex-presidente, dele próprio e de seus familiares. A informação foi divulgada pela coluna de Bela Megale, de O Globo, foi confirmada pela colunista Juliana Dal Piva, do UOL.

Cid, no entanto, ainda não viabilizou acesso à conta em questão. O ex-ajudante de ordem também passou a ser investigado por suposta lavagem de dinheiro após a Polícia Federal identificar transações em dinheiro vivo para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os repasses, de acordo com a PF, eram operacionalizados pelo ex-ajudante de ordens.

A PF encontrou cerca de US$ 35 mil (R$ 175,2 mil, no câmbio atual) em um cofre ao prender Cid em 3 de maio. Os agentes também apreenderam R$ 16 mil em dinheiro.

Cid fica em silêncio em depoimento à PF

Cid ficou em silêncio em depoimento à Policia Federal. Ele chegou às 14h20 e deixou o local às 15h sem responder a nenhuma pergunta. Ele iria depor dois dias depois de Bolsonaro, que disse à PF desconhecer o esquema para falsificar dados de vacinação.

A defesa do ex-presidente disse ver a decisão como "tecnicamente acertada", embora a expectativa do entorno bolsonarista é que o militar o isentasse da suspeita de participar de um esquema de fraude em certificados de vacina.

A decisão de se calar também foi vista pela defesa de Bolsonaro como sinal de que não há previsão de delação premiada. Cid tem outro depoimento à PF marcado na próxima segunda (22) no âmbito do inquérito que apura o caso das joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.

Questionado sobre seu ex-ajudante, na tarde de hoje, Bolsonaro tentou se distanciar de Mauro Cid e disse: "Cada um para seu lado".