Defesa de Bolsonaro quer falar pessoalmente com Moraes sobre embaixada
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que deseja explicar pessoalmente ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes sobre a ida do ex-mandatário à embaixada da Hungria, em Brasília, em fevereiro.
O que aconteceu
O advogado Fabio Wajngarten escreveu no X (antigo Twitter) que irá protocolar a petição com os esclarecimentos de forma online. Ele disse que o procedimento será realizado desta forma porque a Suprema Corte está em recesso nesta quarta-feira (27). Na segunda-feira (25), Moraes deu 48 horas para que Bolsonaro explicasse a ida à embaixada húngara após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal. A defesa do ex-presidente já havia dito ao UOL que responderia aos questionamentos no prazo.
Wajngarten também esclareceu por que deseja realizar explicação presencial. Segundo o defensor, a medida seria uma forma de "elucidar, por completo, toda e qualquer especulação fantasiosa sobre o tema".
Em cumprimento ao despacho do Ministro Alexandre de Moraes, tendo em vista o recesso da Suprema Corte na data de hoje, a defesa do Presidente @jairbolsonaro protocolará por meio eletrônico a petição sobre os esclarecimentos relativos à ida do Presidente à Embaixada da Hungria.?
-- Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 27, 2024
Entenda o caso:
Ex-presidente foi para embaixada quatro dias após entregar passaporte. Informação foi noticiada primeiramente pelo jornal norte-americano The New York Times e confirmada ao UOL por Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente.
Bolsonaro chegou ao local na noite de 12 de fevereiro e deixou o prédio dois dias depois. O ex-presidente entregou o passaporte à PF em 8 de fevereiro, como medida cautelar após a operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições.
Ex-presidente foi recebido pelo embaixador húngaro. Imagens de câmeras de segurança da embaixada divulgadas pelo jornal mostram Bolsonaro encontrando o embaixador Miklos Tamás Halmai.
Jornal citou plano de "abrigar Bolsonaro". Segundo o NYT, uma fonte em condição de anonimato afirmou que a equipe da embaixada tinha o plano de abrigar o ex-presidente, dando indícios de "asilo político". Caso um pedido de prisão fosse feito contra Bolsonaro, ele não poderia ser preso dentro da embaixada, que é considerada território inviolável.
Bolsonaro e outras 19 pessoas ligadas a ele entregaram o documento à PF em 8 de fevereiro. A entrega foi feita por medida cautelar referente à operação que investiga o grupo que tentou dar um golpe de Estado após as eleições.
Viktor Orbán publicou mensagem de apoio a Bolsonaro após apreensão de passaporte. Em 8 de fevereiro, o primeiro-ministro húngaro publicou uma foto com Bolsonaro e escreveu: "Um verdadeiro patriota. Continue lutando, presidente". O político húngaro também já foi chamado de "irmão" pelo ex-presidente.
An honest patriot. Keep on fighting, Mr. President! @jairbolsonaro pic.twitter.com/5mmmIAGGC3
-- Orbán Viktor (@PM_ViktorOrban) February 8, 2024
O que diz Bolsonaro
Após a divulgação do caso, a defesa do ex-presidente confirmou que Bolsonaro passou dois dias na Embaixada da Hungria "para manter contatos com autoridades do país amigo". "Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações", diz a nota.
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Quero receberO texto ressalta que, "como é do conhecimento público", o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premiê húngaro. "Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news".
A Embaixada da Hungria não comentou o assunto após ser procurada pelo New York Times. O UOL também entrou em contato e, em caso de manifestação, o texto será atualizado.
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